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quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

Serva de Deus Marthe Robin, Virgem e Mística (uma das maiores místicas do Século XX)

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Marthe Robin nasceu em 13 de março de 1902, em Chateauneuf-de-Galaure, aldeia rural do departamento da Drôme. Os pais tinham uma casa modesta, cerca de 13 hectares de terra que exigiam um rude trabalho para sustentar a família numerosa. Marthe não gostava muito de apascentar as cabras, mas ela está sempre pronta a fazer seu trabalho: Ela dizia: "Toda minha vida eu obedeci". Em 1903, a família foi atingida por uma epidemia de febre tifóide. Entre as crianças, morreu Clémence, a antepenúltima filha, enquanto Marthe ficaria debilitada. Aos seis anos, Marthe começa a frequentar a escola, ela ia a pé com seus irmãos e vizinhos. Ela ia rezando seu terço, no caminho. Sua saúde frágil não lhe permitiria completar a escola primária. 
Marthe fez sua primeira comunhão em 15 de agosto de 1912: “Creio que minha primeira comunhão foi uma tomada de posse de Nosso Senhor. Creio que Ele já se apoderou de mim naquele momento.” E Marthe diz com toda a simplicidade: “O coração de Jesus bateu em meu coração”.

Em 1918, ela manifesta os primeiros efeitos da doença que nunca mais a deixará: uma encefalite. Seguiram-se visitas a muitos médicos, terapia de banhos resinosos, enquanto Marthe costura e borda para comprar os medicamentos prescritos. Em 1928, durante uma Missão Paroquial em Châteauneuf, ela compreende, por uma graça de Deus, que é na doença, e pelo sofrimento desde então aceito e oferecido a Deus, que ela poderá unir-se ao Coração de Jesus em sua Cruz. Aprofunda-se sua vida de silêncio e de união com Jesus em sua Paixão. Em 1929, Marthe está tetraplégica e com as vias digestivas inteiramente paralisadas. Por mais de 50 anos, até sua morte, ficará sem nenhum alimento sólido ou líquido, sem deglutição sequer para beber água. Seu único alimento será a comunhão das quartas-feiras, quando a hóstia “escapa” das mãos do sacerdote para desaparecer em sua boca.
Nunca ocasião perguntaram à Marta o que sentia, às terças-feiras, quando recebia a Sagrada Comunhão, seu único alimento e sua única bebida. Ela respondeu:

“Eu não me alimento mais do que isso. Se me umedecem a boca, não consigo engolir. A hóstia passa, e eu não sei como. Ela produz um efeito que é impossível descrever. Não se trata de uma comida comum, é algo completamente diferente. É uma vida nova que penetra em meus ossos. Como explicar? Sinto Jesus em todo o meu corpo… como se houvesse ressuscitado”.“Tenho desejo de gritar aos que me perguntam se eu me alimento, e dizer que eu alimento mais do que eles, porque me alimento da Eucaristia, o corpo e sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo. Tenho desejo de dizer-lhes que eles impedem a ação desse alimento em suas vidas. Bloqueiam seus efeitos”.

Um dos biógrafos de Marthe Robin, o teólogo dominicano e expert do Vaticano II, Pe. Manteau Bonamy- que acompanhou o processo de beatificação de Marthe Robin, assim escreve: “Marthe vivia exclusivamente da Eucaristia pela comunhão com o Corpo de Cristo que ela recebia habitualmente uma vez por semana, às quartas-feiras. Era sempre um tempo de consolação e até de alegria, apesar dos sofrimentos que não a deixavam nunca: “Ó Jesus, sois vós! À vossa entrada em meu pequeno quarto, sou toda inundada de celestes alegrias! Ó Jesus, não sou digna de que venhais a mim!”.


Vítima do Amor, como Teresinha

Em 1925, ano de canonização da carmelita Teresa do Menino Jesus e da Sagrada Face, Marthe conheceu a vida da nova santa e, a exemplo dela, fez um “ato de abandono”, que ela datou de 15 de outubro, dia da festa de Santa Teresa de Ávila, a restauradora do Carmelo. Em 3 de outubro de 1926, primeira festa litúrgica de Teresa de Lisieux, Marthe estava a ponto de morrer. Foi quando interveio a pequena Teresa, narra Manteau-Bonamy, visitando-a em três diferentes ocasiões. Teresinha disse que Marthe seria a continuadora de sua missão aqui na terra, prolongando-a por meio do oferecimento de sua vida em sacrifício a Deus.
Mesmo prisioneira em seu leito, até a morte, o desejo de apostolado apoderava-se dela: “Estou verdadeiramente ávida, tenho realmente fome de trabalhar para o Amor e a Glória de Deus”.


“Você quer ser como Eu"?

Na sexta-feira seguinte à primeira semana de outubro de 1930, Marthe começa a viver semanalmente a Paixão de Cristo em sua própria pessoa. Jesus lhe diz: “De agora em diante, eu te chamarei minha pequena crucificada de amor.” 
Em outubro de 1930, numa sexta feira, Marthe começa a viver semanalmente a Paixão de Jesus: "Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?" Os médicos puderam constatar que ela entrava em um estado de morte aparente.

Pe. Georges Finet, co-fundador dos Foyers de Charité e diretor espiritual de Marthe, observou que ela entrava em sua paixão semanal com intenções bem determinadas de preces e sofrimentos a serem oferecidos por tais e tais pessoas. E permanecia naquela morte aparente, com abundante perda de sangue, além dos sinais dos espinhos na fronte, por longos momentos que, no final de sua vida, estendiam-se até a tarde das segundas-feiras. 

“Eis a Serva do Senhor"

Aos 16 anos, Marthe fica gravemente doente por 27 meses, fica presa ao leito sem poder fazer nada além de gemer e dormir. Sua irmã Alice divide o quarto com ela e revelou que certo dia, viu um brilho misterioso, como uma luz. Marthe lhe disse ao ser questionada: "Sim, a luz é bela... Eu vi a Santa Virgem".
Marthe confia um grande segredo a Santa Virgem: Ela deseja ser carmelita como a pequena Teresa do Menino Jesus que é sua “amiga do coração". Marthe deseja estar mais e mais próxima a Jesus e Maria.
Numa tarde, a Santa Virgem pede que Marthe doe por amor a Jesus, seus braços e suas mãos. Marthe gostava muito de bordar e ainda deixa seu dedal no dedo ainda por oito dias, depois diz a sua mãe: “Você sabe, você pode guardar o meu dedal agora!" Nada mais resta a Marthe além das orações e das visitas. "Maria, ó minha Mãe querida, dai-me vós mesma a Jesus, oferecei vós mesma a Deus esta pequena hóstia”
Os grandes filósofos, mariólogos que visitavam Marthe, ficavam impressionados com o conhecimento de Marthe sobre a Virgem decorrente não de estudos, mas devido a convivência, a intimidade com Ela.
Quando pequena, Marthe dizia: "Eu rezo, mas acima de tudo eu falo" é dentro desta relação com Maria, no seu abandono entre suas mãos que Marthe Robin buscou a força e a paciência que necessitava.
A Santa Virgem está sempre acompanhando Marthe, chega mesmo a cuidar dela. Marthe convive com Maria a quem chama "Mamãe querida"... Marthe Robin morreu sozinha em seu pequeno quarto, em 6 de fevereiro de 1981, próxima de completar 79 anos.
A seus funerais compareceram 6 bispos, 250 sacerdotes e cerca de 7000 fiéis, demonstrando a enorme irradiação de uma vida vivida no silêncio de uma câmara escura.

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