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domingo, 29 de março de 2020

Três Mártires Carmelitas de Guadalajara - Beatas | 29 DE MARÇO

A Igreja festeja hoje, a 29 de Março, a memória destas inocentes três irmãs carmelitas, assassinadas pelo ódio comunista à Santa Igreja naquele dia de 24 de julho de 1936, na cidade de Guadalajara, em Espanha. Foram beatificadas pelo Papa João Paulo II, a 29 de março de 1987.


IRMÃ TERESA DO MENINO JESUS:
Eusébia Garcia, segundo o nome de baptismo, nasceu a 5 de março de 1909, em Mochales, Guadalajara, Espanha. Segunda de oito irmãos, um dos quais sacerdote. Desde pequena que sentiu atração pela virtude da pureza, que aos nove anos de idade fez um voto de castidade, que daí por diante foi renovando anualmente até professar no Carmelo. Enquanto estudante, leu um livro que a veio marcar profundamente: "A História de Uma Alma", autobiografia de Santa Teresinha do Menino Jesus. No desejo de lhe imitar o exemplo, entrou para o Carmelo de Guadalajara aos 16 anos, no dia 4 de novembro de 1925. Jovem cristã de grandes qualidades, escreveu nos seus apontamentos espirituais: "Não me desanimam os meus defeitos. Pelo contrário, tenho mais ocasiões de merecer e lutar contra eles. Não gosto da vida dos santos que só falam das suas virtudes, ocultando-lhes os defeitos e as lutas". Escreveu um dia também o seguinte: "Se sou vítima, porque me queixo quando me cravam a faca? às vitimas destinadas ao holocausto cravavam-lhes a faca e depois queimavam-nas, para que fossem consumidas. Assim devo eu deixar que me cravem a faca, me despedacem e consumam". Assim deslizou a sua vida até que o martírio a veio colher para o céu com apenas 27 anos de idade.






IRMÃ MARIA DO PILAR:
Jacoba Martínez Garcia nasceu em Terazona a 30 de dezembro de 1877. No convento escolheu o nome de Maria do Pilar. Eram 11 irmãos, dos quais 8 morreram crianças. Dos três restantes, um fez-se sacerdote, e as duas meninas entraram no convento das carmelitas de Guadalajara. Aos 21 anos de idade, a 12 de outubro de 1898, entrou para o convento. No dia 15 de outubro de 1899 fez a sua profissão religiosa na Missa celebrada pelo seu irmão. A mãe, presente na cerimónia exclamava ao sair da igreja: "O Senhor fez-me feliz demais! O meu único filho é um santo sacerdote e deu-me a Comunhão... e as minhas duas filhas estão aqui no convento a comungar também de suas mãos!". Durante 38 anos viveu com piedade e extaidão a regra de religiosa carmelita. Ao estalar a revolução, escreveu: "Se nos levarem ao martírio, iremos a cantar como as nossas irmãs de Compiègne. Cantaremos: Coração Santo, Tu reinarás". 




Convento de San Jose das Irmãs Carmelitas em Guadalajara (Espanha) nos dias de hoje


IRMÃ MARIA DOS ANJOS:
Como as anteriores, também Mariana - era este o seu nome de baptismo - pertencia a uma família numerosa. Era a mais nova de 10 irmãos. Tendo falecido seis, ficaram quatro meninas, das quais dizia o seu piedoso pai: "Quatro filhas tenho, e a minha maior alegria neste mundo seria vê-las consagradas a Deus". E assim aconteceu. Todas as quatro irmãs vieram a entrar em congregações religiosas. Aos 24 anos, a 14 de julho de 1929, despede-se de seu idoso pai e entra no Carmelo de Guadalajara, onde toma o nome de Maria dos Anjos. A sua ânsia, que o Senhor satisfez plenamente, era o martírio, como escreveu nos seus Apontamentos Espirituais: "Meu Deus, recebei a minha vida entre as dores do martírio e em testemunho do meu amor para Convosco".

Convento de San Jose das Irmãs Carmelitas em Guadalajara (Espanha) nos dias de hoje



O MARTÍRIO:
As três Irmãs Maria do Pilar, Maria dos Anjos e Teresa do Menino Jesus, tiveram de deixar, como todas as outras religiosas, o convento no dia 24 de julho de 1936. Apesar de terem tirado o hábito, e trajarem trajes civis, são reconhecidas por um bando de milicianos e milicianas comunistas espanhois, e uma das quais grita para os camaradas:
- São freiras! Disparem!
Ouvem-se vários tiros das espingardas. Como pombas perseguidas, batem as inocentes Irmãs à porta de duas famílias conhecidas. Como ninguèm lhes abre, voltam à rua. Um tiro certeiro no coração prosta no chão a Irmã Maria dos Anjos, que morre quase imediatamente.


Ilustração do martírio da Irmã carmelita Maria do Pilar.



A Irmã Maria do Pilar teve martírio mais doloroso. As balas destroçaram-lhe a coluna vertebral, atravessaram-lhe o ventre e fraturaram-lhe um joelho e os ombros. Estendida no chão, a esvair-se em sangue, um comunista ainda lhe atravessou a região lombar com um punhal. Entre horriveis tormentos, dores e sede abrasadora, exclamava, como Cristo no alto da Cruz: "Tenho sede... Meu Deus, perdoai-lhes porque não sabem o que fazem!". Beijando o crucifixo que lhe aproximou dos lábios uma Irmã da Caridade do Hospital para onde foi levada, entregou placidamente a sua alma a Deus.

Milicianos comunistas preparam-se para incediar o Carmelo de San José de Guadalajara, após terem assassinado as três Irmãs.




A Irmã Teresa do Menino Jesus, ao fugir, viu-se cercada por um bando de milicianos. Aparece de repente outro camarada que os repreende fortemente, incitando-lhes a soltar aquela alma inocente. Os seus colegas deixam-na e ele exclama em tom amigo e paternal: "São uns bandidos. Estou aqui para te proteger. Vem comigo, levo-te a um refúgio seguro. Não temas. Tem confiança em mim".
A boa irmã Teresa deixou-se levar, acreditando nessas palavras. Depois de atravessarem algumas ruas, chegam a um descampado, perto do cemitério. Então, o lobo tira por fim a pele de cordeiro e revela toda a sua maldade. Procura violar sexualmente a jovem Irmã, prometendo-lhe a liberdade. Juntam-se-lhe mais três valentes comunistas com o mesmo intento: violar e profanar a virgindade daquela jovem religiosa carmelita. Nunca cede perante os desejos dos homens. Ela repele-os energicamente e procura escapar-se. Pretendêm então que dê vivas ao comunismo e que renegue a sua Fé. Como resposta só ouvem este grito: "Viva Cristo Rei!". Deixam-na então fugir. Corre com o braços em cruz, sabendo que irá ser morta. Cai mortalmente ferida com o rosto por terra, banhado em sangue. Ali sozinha, como Cristo no Jardim das Oliveiras, agonizou em grande paz, com a Fé e a virgindade intactas.


Ilustração do martírio da Irmã carmelita Teresa do Menino Jesus. 





As três Irmãs carmelitas de Guadalajara foram, para alegria de toda a Igreja (e Igreja não são os edíficios, são as pessoas!) foram beatificadas no dia 29 de março de 1987 pelo Papa João Paulo II.

Hoje, os seus restos mortais repousam no seu convento, o Carmelo de San José em Guadalajara.

Sepultura das três beatas: Maria dos Anjos, Maria do Pilar e Teresa do Menino Jesus.



Beatas Carmelitas Mártires de Guadalajara que sofrestes sem culpa alguma com o ódio e a incompreensão dos inimigos de Cristo, mas que morrestes com palavras de amor e perdão nos lábios suplicando pelos vossos assassinos, rogai por mim, que sou pecador!

quarta-feira, 25 de março de 2020

SOLENIDADE DA ANUNCIAÇÃO DO SENHOR | 25 DE MARÇO


Louvados sejam Nosso Senhor Jesus Cristo e sua Mãe a Virgem Maria, Senhora Nossa. Tudo bem com vocês?

[Solenidade] As principais celebrações da Igreja recebem o nome de solenidade. Como o próprio nome indica, a solenidade é "a festa das festas".


 “Eis que conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus. Ele será grande e chamar-se-á Filho do Altíssimo”… (Lc 1,31)


“Eis aqui a serva do Senhor! Faça-se em mim segundo a Vossa vontade.”  (Lc 1, 38)
A Solenidade da Anunciação do Senhor é uma das mais belas festividades Marianas. Com o anúncio da Encarnação do Filho de Deus à Virgem Maria, Deus entra em nosso mundo fazendo-se humano como nós. Assim, a entrada do Verbo Divino (Nosso Senhor Jesus Cristo) em nosso meio eleva a natureza humana a um grau de santidade jamais imaginado por alguém. Pelo “sim” de Maria manifesta-se a maior expressão do amor de DEUS por toda a humanidade.
Maria, o primeiro sacrário vivo da Eucaristia, recebeu dos cristãos o título de Nossa Senhora da Anunciação. Virgem Maria foi contemplada no Mistério da Encarnação como a escolhida para ser a Mãe de Deus. Diante do anúncio do anjo Gabriel, Ela se submete num ato de fé e de humildade. Aceitando a sua parte na missão salvífica, Maria Santíssima demonstra sua confiança no Senhor Deus fazendo-se Instrumento Divino nos acontecimentos que hão de vir. Pelo seu consentimento, Maria aceitou a dignidade e a honra da Maternidade Divina, mas também, os sofrimentos e os sacrifícios que a ela estavam ligados.
Cabe ressaltar, na Anunciação, duas características da Virgem Maria que foram determinantes para a Encarnação do Verbo e para a Salvação da humanidade: sua fé e sua disponibilidade.
Por causa de sua fé, Maria, mesmo sem saber como acontecerão os fatos a partir daquele instante, aceita fazer a vontade de DEUS, incondicionalmente. Como serva não tem mais direitos, por essa razão, se coloca numa atitude de total disponibilidade ao Seu Senhor.
Maria Santíssima compreendia a grandeza de Deus e o nosso “nada”. Devido à sua humildade, assustou-se ao ouvir os louvores do Anjo: “Ave, cheia de graça.”
São Tomás de Vilanova (1488-1555) exclama: “Ó poderosa, ó eficaz, ó augustíssima palavra! Com um “Fiat” (faça-se) Deus criou a luz, o céu, a terra, mas com este “Fiat” de Maria um Deus se tornou homem como nós”.
Pela ação do Espírito Santo, formou-se, no seio da Virgem Imaculada, o corpo do Filho de DEUS. Essa foi a maior de todas as maravilhas: na Pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo (verdadeiro Deus e verdadeiro Homem), se unem as naturezas divina e humana.
De acordo com o Catecismo da Igreja Católica:
484. A Anunciação a Maria inaugura a «plenitude dos tempos» (Gl 4, 4), isto é, o cumprimento das promessas e dos preparativos. Maria é convidada a conceber Aquele em quem habitará «corporalmente toda a plenitude da Divindade» (Cl 2, 9). A resposta divina ao seu «como será isto, se Eu não conheço homem?» (Lc 1, 34) é dada pelo poder do Espírito: «O Espírito Santo virá sobre ti» (Lc 1, 35).
508. Na descendência de Eva, Deus escolheu a Virgem Maria para ser a Mãe do seu Filho. «Cheia de graça», ela é «o mais excelso fruto da Redenção» (182). Desde o primeiro instante da sua conceição, ela foi totalmente preservada imune da mancha do pecado original, e permaneceu pura de todo o pecado pessoal ao longo da vida.
509. Maria é verdadeiramente «Mãe de Deus», pois é a Mãe do Filho eterno de Deus feito homem que, Ele próprio, é Deus.
De acordo com os Santos:
São João Paulo II: “No momento da Anunciação, respondendo com o seu «fiat», Maria concebeu um homem que era Filho de Deus, consubstancial ao Pai. Portanto, é verdadeiramente a Mãe de Deus, uma vez que a maternidade diz respeito à pessoa inteira, e não apenas ao corpo, nem tampouco apenas à ‘natureza’ humana. Deste modo o nome ‘Theotókos’ — Mãe de Deus — tornou-se o nome próprio da união com Deus, concedido à Virgem Maria.”
Santo Agostinho: “Maria é Mãe de Deus, feita pela mão de Deus”.
São Jerônimo: “Maria é verdadeiramente Mãe de Deus”.
São Tiago: “Maria é Santíssima, a Imaculada, a gloriosíssima Mãe de Deus.”

A Virgem Maria, a mais humilde e gloriosa de todas as criaturas de Deus, por meio do seu “sim” tornou-se Co-Redentora da humanidade.
Por meio da Encarnação de Nosso Senhor Jesus Cristo, no sei da Virgem Maria, a proclamamos Mãe de Deus. Então, afirmamos que o Reino de Deus já está no meio de nós, pois o dogma da maternidade divina assevera que o próprio Deus, na pessoa de Jesus Cristo, entrou na história humana.
Peçamos a Nossa Senhora, Mãe de DEUS e nossa Mãe, a graça da fé e da disponibilidade para as coisas de DEUS.
 Rita de Sá Freire
Associada da Academia Maria de Aparecida
Fontes Consultadas:
Biblia Católica Ave Maria – Edição PastoralCarta encíclica Redemptoris Mater – do Sumo Pontífice João Paulo II sobre a bem-aventurada Virgem Maria na vida da igreja que está a caminhoConstituição Dogmática Lumen Gentium, 66 – IV. O CULTO DA BEM AVENTURADA VIRGEM NA IGREJA.Compêndio CatecismoGlórias de Maria Santíssima – Santo Afonso Maria de Ligório

quinta-feira, 19 de março de 2020

SOLENIDADE DE SÃO JOSÉ | 19 DE MARÇO


Louvados sejam Nosso Senhor Jesus Cristo e sua Mãe a Virgem Maria, Senhora Nossa. Tudo bem com vocês?

[Solenidade] As principais celebrações da Igreja recebem o nome de solenidade. Como o próprio nome indica, a solenidade é "a festa das festas".

Nem sempre foi nesta data

A devoção a São José, esposo de Maria, pode ser encontrada já no início da Igreja. Havia uma festa dedicada a ele no Egito do século IV. A data em que os fiéis costumavam homenagear o santo era, a princípio, 20 de julho.
No entanto, uma comemoração a São José foi logo acrescentada ao calendário bizantino em 26 de dezembro. Muitas Igrejas Orientais continuam com esta celebração nesta data. Segundo a Igreja Ortodoxa, “São José é comemorado no domingo depois da natividade. Se não houver domingo entre 25 de dezembro e 1.º de janeiro, sua festa será transferida para o dia 26 de dezembro.”
Esta celebração de José o coloca próximo da festa do nascimento de Cristo, 25 de dezembro, evento no qual ele estava presente, segundo os relatos dos Evangelhos. 
Na Igreja Ocidental, a festa de São José não foi fixada até o século XV. De acordo com algumas tradições, 19 de março foi o dia da morte de José, embora haja poucas evidências para sustentar esta data. 
A Bíblia é totalmente silenciosa sobre a morte do pai adotivo de Jesus e, como resultado, a Igreja baseia-se em tradições orais transmitidas ao longo dos séculos.
Em 1621, o papa Gregório XV estendeu a festa de São José a toda a Igreja. Já em 1870, o Papa Pio IX declarou José o “Patrono da Igreja Universal”. Por muitas décadas, 19 de março foi um dia de preceito para a Igreja, ou seja, era mandatório ir à Missa neste dia. 
A celebração de São José em março o coloca próximo a outro episódio bíblico, em que ele é mencionado diretamente. No dia 25 de março, a Igreja comemora a Anunciação do Senhor, quando o anjo Gabriel visitou a Santíssima Virgem Maria. Como o Evangelho de Mateus narra, “Eis como nasceu Jesus Cristo: Maria, sua mãe, estava desposada com José. Antes de coabitarem, aconteceu que ela concebeu por virtude do Espírito Santo.José, seu esposo, que era homem de bem, não querendo difamá-la, resolveu rejeitá-la secretamente” (Mateus 1, 18-19).
Em todo caso, o foco principal da festa em 19 de março é revelado no título litúrgico “José, Marido da Bem-Aventurada Virgem Maria”. Esta solenidade – com a mais alta posição litúrgica atribuída aos santos – honra seu compromisso com Maria e sua dedicação como um marido fiel e devoto.
O Dia de São José é uma bela festa, amada e querida pelos católicos de todo o mundo.