Louvados sejam Nosso Senhor Jesus Cristo e sua Mãe a Virgem Maria, Senhora Nossa. Tudo bem com vocês?
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São
Mateus
(Mt 12, 46-50)
(Mt 12, 46-50)
Naquele tempo, enquanto Jesus
estava falando às multidões, sua mãe e seus irmãos ficaram do lado de fora,
procurando falar com ele. Alguém disse a Jesus: “Olha! Tua mãe e teus irmãos
estão aí fora, e querem falar contigo”. Jesus perguntou àquele que tinha
falado: “Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?” E, estendendo a mão para os
discípulos, Jesus disse: “Eis minha mãe e meus irmãos. Pois todo aquele que faz
a vontade do meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha
mãe”.
1. A festa de Nossa Senhora do Carmo foi instituída
com o fim de honrar a Bem-aventurada Virgem Maria pelos grandes benefícios que,
por intercessão dela, tem recebido ao longo dos séculos a família carmelita. De
acordo com o Pe. Zimmermann (cf. Monumenta Historica Carmelitana.
Lirinæ, 1907, vol. 1, pp. 323-363), esta festa teria surgido por volta de 1387,
e desde aquela época costuma ser celebrada no dia 16 de julho. Somente mais
tarde passou a estar vinculada à devoção do santo escapulário. A festa foi
aprovada por Sisto V, em 1587. Em 1600, após o voto favorável de S. Roberto
Belarmino, foi declarada festa patronal para toda a Ordem carmelita. A sua
difusão foi rápida, não obstante algumas proibições pontuais estabelecidas pelo
decreto “Contra abusus”, de 1628, e renovado uma década mais tarde.
Ainda neste mesmo ano, contudo, a festa começou a celebrar-se na Espanha e em
várias regiões da Sicília. Em 1674, ela já se havia estendido por toda a
Espanha e às terras a ela sujeitas; no ano seguinte, à Áustria; e, em 1679, ao
reino de Portugal e seus domínios. Em 1726, ela começou a ser celebrada também
nos Estados pontifícios. O Papa Bento XIII, por meio do Breve de 24 set. 1726,
finalmente estendeu a celebração a toda a Igreja, inserindo porém nas leituras
do segundo noturno a seguinte reserva: “Pie creditur”. O Papa Leão XIII,
por meio do Breve de 16 mai. 1892, anexou-lhe o privilégio da indulgência
plenária toties quoties à semelhança do privilégio da Porciúncula [1].
2. A origem da Ordem carmelita remonta, de certa
forma, ao profeta Elias, que, segundo a tradição, teria levado uma vida
eremítica de oração e penitência no Monte Carmelo, localizado na costa norte de
Israel. Inspirados no exemplo de Elias, e movidos de amor a Jesus Cristo,
alguns monges cristãos, muitos séculos depois, decidiram reunir-se no mesmo
monte para viver o silêncio e a contemplação. Afastados do mundo, esses
primeiros eremitas do Carmo viveram um dos grandes mistérios da nossa fé e que
está, de algum modo, contido no próprio nome “carmelo”, que significa “jardim”:
o justo, isto é, o homem que está em estado de graça, transforma-se, pela ação
divina, no jardim das delícias de Deus, segundo aquilo do
provérbio: “Brincando sobre o globo de sua terra, achando as minhas delícias
junto aos filhos dos homens” (Pr 8, 31). Sabemos, com efeito, que
Deus, ao justificar o ímpio, infunde-lhe a graça santificante e, com ela, todo
um cortejo de virtudes sobrenaturais, das quais a caridade é a
mais importante e excelente. Desta forma, o justo é transformado em amigo de
Deus, e como é próprio dos amigos o estarem juntos e compartilharem o que têm
de mais íntimo, a graça santificante estabelece entre Deus e o homem uma
verdadeira relação de presença e carinho, de convívio e confidência: “As minhas
delícias junto aos filhos dos homens”. Se temos, pois, a alegria de
estar em graça, saibamos ver com os olhos da fé que a nossa alma é um jardim
ameno e aprazível, em que Deus gosta de passear, “à hora da brisa da tarde” (Gn 3,
8), para respirar suavemente nossos atos de fé e de amor mais sinceros.
3. Que, por intercessão de Nossa Senhora do Carmo,
saibamos manter sempre limpo este jardim que o Senhor quis plantar em nós para
ter nele o seu descanso, e aprendamos da mesma Virgem a colocar as nossas
delícias apenas naquele que tem em nós a suas: “As minhas delícias
junto aos filhos dos homens”.
Referências
1.
Tradução
de Gabriel M.ª Roschini, Mariologia. Romæ:
Angelus Belardetti, 1958, vol. 4 (= t. 2, 3.ª parte), pp. 144-145.
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