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domingo, 28 de abril de 2019

CONSTITUIÇÕES DA VIDA EREMITA

TRABALHO INTELECTUAL - 
Traduzido ao português pelo Ir. José Crucificado de Jesus Hóstia - EREMITA
Matéria em espanhol (original) : Equipe Hesíquia Bolg

ESSE POST É DESTINADO AOS VOCACIONADOS A VIDA EREMITA (principalmente diocesano).

Diletos irmãos em Cristo, diante da pouca demanda da vocação Eremita algumas dioceses impõe normas e estatutos para os aspirantes à esse estilo de vida, digamos mais radical; as dioceses não necessariamente tem a necessidade e as vezes, infelizmente, o desejo de congregá-las aos Ramos de Vida Consagrada do Direito Diocesano.
Iremos retratar a visão de arquidiocese ao acolher os eremitas e o que o esperam. 
O artigo em questão é da Arquidiocese de Tarragona na Espanha, lugar acolhedor as vocações oriundas ao eremitismo. Valendo salientar de que como todos sistema tem seus lados positivos e negativos e neles são abordados alguns pontos como eremitas que se guiam pela luz solar, pela posição do sol, para desempenhar seus trabalhos e orações... (uma vez que é a provedora de mantimentos perecíveis e não é a diocese em questão, para que não entre em extravio e empobreça a beleza da vida da Solidão com Deus) 
Lembrando que no Brasil há a restrição à Vida Eremítica e que cada diocese se dispõe de uma pedagogia diferente na eleição, avaliação e admissão dos noviços a essa rica e tão vasta espiritualidade.
(PARA ACESSAR O DOCUMENTO ORIGINAL EM ESPANHOL ACESSE : LINK)
Decreto de 10 de Janeiro de 2006, por ele se aprovam os Estatutos da vida eremítica no âmbito de nossa arquidiocese 
Dada a necessidade de proceder à revisão dos estatutos da vida eremítica vigente em nossa arquidiocese, adaptá-los ao momento presente, todos reunindo a experiência dos anos em que estiveram em vigor, tendo em vista o novo projeto de estatutos da vida eremítica apresentado Pe. Eduard Canals Casas, a quem foi confiada a atenção a esta área da vida diocesana, fez as consultas pertinentes ao Ministério Público para o estudo dos estatutos e regulamentos das associações, fundações e outras entidades ou organismos eclesiais e do prelado da Vida Consagrada. Por este decreto, eu aprovo os estatutos anexos da vida eremita no âmbito de nossa Arquidiocese, que substituem aqueles que até então estiveram em vigor.
Ele decretou e assinou o Exelm. e Revdm. Arcebispo de Terragona
† Jaume Pujol Balcells 
Arcebispo Metropolitano de Tarragona e Primaz 
Diante de mim, 

Joaquim Claver Caselles 
Secretário Geral e Chanceler
CHAMADO AO DESERTO

1. O Espírito Santo que fecunda a Igreja com seus dons e carismas, já nos primeiros séculos suscitou entre os crentes homens e mulheres chamados a seguir a Jesus de Nazaré no deserto [profundo] da solidão, do silêncio, da oração, e da contemplação, imitando seu estilo de vida austera e penitente durante quarenta dias e quarenta noites, antes de começar sua vida pública itinerante para anunciar a boa nova do reino de Deus.



 2. Este estilo de vida anacoreta, tão presente na primitiva Igreja com os Padres do deserto (Antônio, Pacômio, Pablo, Hilarion, etc), que define muito bem o perfil próprio da vida anacoreta, fiel ao Jesus do evangelho orando na montanha, foi a primeira forma de vida consagrada reconhecida pela comunidade cristã, junto com as virgens dedicadas ao serviço de seu único Senhor e de seus irmãos e irmãs do mundo. 

3.  Nunca faltou na Igreja famílias religiosas com uma espiritualidade eremítica (Os Camaldulenses, a Cartuxa, o Carmelo, Charles de Foucald ...), e é o Espírito, sempre presente  e atuante, que continua chamando alguns seguidores de Jesus e do Evangelho, levados pelo amor indivisível a Ele , a viver no deserto para dedicar “ sua vida ao louvor de Deus e a salvação do mundo através de uma separação mais estrita do mundo, o silêncio da solidão assídua e a penitência” (CIC, c. 603).[grifo meu Ir. José]

4. Na Igreja do Ocidente, desde alguns anos, volta a estar vivo este carisma da vida eremítica, com a radicalidade genuína do monarquismo mais primitivo. Esta recuperação da vida anacoreta, não há dúvida, é uma graça e um dom do Espírito a Igreja em geral, em um processo de renovação da vida consagrada. Há que recordar que nossa Igreja de São Paulo e São Frutuoso foi em outro tempo uma das vanguardas da vida eremítica sobretudo em Montisant e Samunta, como em outros lugares. E por isso, hoje, quer ser continuadora daqueles eremitas que se estabeleceram em nossas montanhas e ser sal e fermento do Reino nestes tempos.

5. Nossa Mãe Igreja e estimada, traz o reconhecimento oficial desta forma de vida consagrada por parte da Igreja universal (CIC, C. 603) e depois de uns anos de experiência com os estatutos aprovados ad experimentum em 29 de Abril de 1986, quer reconfirmar oficialmente a perpetuidade deste estilo de vida consagrada e evangélica, quer dizer, o caminho pessoal do monge ou monja eremita que, no silêncio contemplativo, busca a alegria de amar, adorar, louvar e bendizer ao Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo orando por seus irmãos e irmãs do mundo e evitando possíveis pseudo eremitas, dos quais tampouco se via livre o eremitismo os Padres do deserto.

O CARISMA DO DESERTO

6. Para que a vida eremítica tenha o reconhecimento conveniente e sua validez a nossa Igreja, será necessário que tenha como base um compromisso sério e público da vida cristã e consagrada, empapada de oração contemplativa, de silêncio e solidão, de austeridade e pobreza, de virgindade por amor ao Reino e de disponibilidade evangélica dos Padres do deserto, e também com a atual normativa canônica da Igreja e as orientações destes Estatutos.

 7. Este carisma próprio do monge ou monja eremita é, no mundo de hoje uma interpretação a nossa sociedade do bem-estar pela forma radical de viver os valores do evangelho das bem-aventuranças. Tudo isso, que é a obra e graça do Pai do Céu, faz com que o eremita antecipe e acelere a vinda do Reino em nosso mundo, sem ser do mundo.  

8. O eremita, levado por um amor apaixonado a Jesus Cristo, está presente, porém de maneira muito original, em nosso mundo, situando-se com sua contemplação no coração mesmo da Igreja, e muito perto de Jesus, o Senhor Ressuscitado, que veio, está conosco e tem que vir. Esta contemplação, todavia, não lhe faz sentir-se estranho na criação, nem aos irmãos, porque o Espírito que faz novas todas as coisas, humaniza o coração contemplativo, fazendo-o mais fraterno, solidário e acolhedor.

9.Este estilo de vida monástica e eremítica tem como espaço o lugar de realização: o silêncio e solidão do deserto mais profundo, de acordo com as palavras bíblicas: “Te levarei ao deserto e falarei ao coração”. Este deserto é um dom do Espírito que cria as condições necessárias de silêncio e solidão para escutar a palavra, e isto seja na montanha ou na cidade; fazendo da cidade o próprio deserto, graças ao Espírito, porém sempre com uma separação mais estrita do mundo” (CIC,c.603), característica própria do anacoreta. 



10. Este deserto ao que o Espírito leva o eremita pede a devida estabilidade, garantia de autenticidade. O Eremitismo itinerante (tombaire no original), já sabemos o suficiente, é um sinal claro de que não é o Espírito de Deus que levou este cristão ao deserto. Por isso, uma vez eleito o lugar onde quer viver seu chamamento ao deserto, o eremita não mudará sem falar com o Arcebispo ou com seu prelado, depois de fazer o devido discernimento pessoal.

11. Estas normas ou orientações gerais querem ajudar a discernir, tanto para o bem da Igreja diocesana como para ele, o eremita mesmo, o que em nossa Igreja de Tarragona se entende e se reconhece como vida eremítica ou anacoreta, sem tentar afogar o Espírito que suscita em sua Igreja novas formas de vida evangélica de acordo com as necessidades dos tempos. 

Queremos estar sempre abertos e atentos a este Espírito que faz novas todas as coisas.

NORMAS DE VIDA


12. Os eremitas e as eremitas, com seu seguimento de Jesus do Evangelho, virgem, pobre e disponível, “mostram a cada um este aspecto interior do mistério, da Igreja, que é a intimidade pessoal com Cristo”. 
Escondida aos olhos dos homens, a vida do eremita é pregação silenciosa daquele a quem a quem deu a vida, porque, para ele, isso é tudo. Se trata de um chamamento particular a encontrar no deserto e no combate espiritual a glória do Crucificado (Catecismo da Igreja Católica 921).
13.Como a vida supera todas as leis, e apesar de que este chamado pessoal seja plenamente autônomo, a Igreja estabelece para a vida eremítica uma norma de vida própria e pessoal, sob a guia do Bispo Diocesano (cf. CIC, c. 603 § 2), que é seu superior legítimo. 

14.Esta norma de vida evangélica se converte em pública, pela profissão dos conselhos evangélicos, nas mãos do Arcebispo, já seja em forma de voto ou de promessa, depois do discernimento imprescindível e a formação necessária.

15. Esta norma de vida vai concretizar o compromisso pessoal com a oração, que o leva a “intimidade pessoal com Cristo” (Catecismo n. 921). O monge ou monja, fiel ao sacerdócio real do Batismo, faz de sua vida uma liturgia constante, dedicando-se totalmente ao a Louvor de Deus. Toda sua vida de fé se nutre de oração que faz crescer no conhecimento, o desejo e a amizade de Jesus, o Senhor. 
“A contemplação das coisas divinas, a assídua união com Deus na oração devem ser o dever primeiro e principal de todos” (CIC,c.663) os que consagram a Deus sua vida. Mas do que dedicar um tempo a oração cada dia, o eremita converte todo dia em oração. E é um convite constante a presença sacramental e familiar do Senhor na ermida, com a devida autorização, e uma ajuda reconfortante a comunhão diária, comungando em uma pausada celebração litúrgica da Palavra, na hora mais adequada.
16.Esta oração contemplativa e constante dará um sentido de transcedência e esperança cristã em toda sua vida, fazendo que esteja aguardando a vinda do Senhor Jesus, de quem se apaixonou e por quem há deixado tudo. São uma ajuda a Liturgia das Horas, a Lectio Divina, etc. E lhe dá sobretudo a oração litúrgica, um sentido profundo da Igreja, já que o faz sentir em solidariedade e comunhão com os irmãos e irmãs, orando constantemente ao Pai pela salvação do mundo.



17. A própria norma de vida deve marcar os limites do deserto pessoal ou separação do mundo (cf. CIC, c. 603 § 1) -relações familiares e sociais-, já que o deserto é com seus silêncio e solidão, a experiência cristã mais característica do eremita, um deserto é, com seu silêncio e solidão, a experiência cristã mais característica do eremita, um deserto onde Deus fala ao coração da pessoa e onde há que fazer silêncio para escuta-lo, como Maria, a mãe de Jesus, que acolhia em seu coração contemplativo a Palavra do Senhor.

 18. As relações humanas, familiares e sociais do eremita serão sempre fraternas, cordiais, empapadas de simplicidade e de caridade evangélica. Terá dos acontecimentos tão somente aquela informação necessária que lhe ajude a rezar mais intensamente por seus irmãos e irmãs do mundo.

19. Com um constante discernimento no Espírito, o eremita verá que estorva o verdadeiro silêncio e rompe a solidão do deserto onde aceitou viver seguindo o chamamento deste mesmo Espírito, e isso tanto como nas visitas, correspondências, telefonemas, viagens ou saídas da ermida.  

20. “Escondida aos olhos dos homens, a vida do eremita é pregação silenciosa daquele a quem deu a vida, porque para ele isso é tudo” (Catecismo da Igreja católica, n.921).

Este é seu carisma e esta é sua missão eclesial. Assim pois, não formará parte de organizações pastorais, diocesanos ou paroquiais, nem levará habitualmente a cabo nenhum tipo de atividade catequética nem social organizada, coisas que em si são boas, as correspondem a outros carismas na Igreja. Isto não quer dizer que, em caso de necessidade, por ausência do presbítero, e com o consentimento habitual do Arcebispo, não possa animar a assembleia eucarística e levar a comunhão aos enfermos da paróquia e poderá ocasionalmente ser convocado a reuniões adequadas, para dar testemunho de sua opção pelo deserto. Ainda que sua presença “ seja escondida aos olhos dos homens” como membro que é por sua consagração a Igreja diocesana, constará na Guia do Arcebispado, com a direção postal de sua ermida.


21.O acolhimento tão próprio dos Padres do Deserto, pratica o eremita segundo o espírito amigável e evangélico que deve animar sempre sua vida; também, porém com essa com essa prudência que o faz fugir das visitas de curiosos e os profissionais da informação, que não são as vezes uma boa ajuda para sua vida de silêncio e solidão.

22.A acolhida por alguns dias de alguma comunidade contemplativa conhecida pode ser uma boa ajuda para reafirmar seu propósito de fidelidade ao chamamento pessoal ao deserto e edificar mutuamente, e mais ainda se é com pertence a um instituto de vida consagrada de acordo com o que faz esta experiência mística.

23.Quando por necessidade ou caridade deva deixar a ermida durante quinze dias ou mais, o fará conhecer ao Arcebispo, pela guia que do que há de viver, ou a seu delegado. E isto, não por ver-se limitado ou limitada, em sua liberdade, senão para sentir-se confirmado ou confirmada nesta fidelidade ao próprio carisma de silêncio e de deserto.

24.A mesma forma de vida do anacoreta determina de que maneira viver o sentido cristão da penitência. Se “todos os fiéis, cada um à sua maneira, estão obrigados pela lei divina a fazer penitência” (CIC,c.1249), o eremita faz, da penitência, segundo a definição eclesial de vida eremítica (b.f. CIC,c.603),um traço fundamental de sua opção pelo deserto



25. Esta penitência se concretiza em um estilo de vida pobre em tudo, sem seguranças temporais, sem comodidades, sem companhia. Uma vida necessariamente obrigada a lei do trabalho, fiel a sentença monástica “ora et labora” para ganhar-se o pão de cada dia. Este estilo penitente vai levando o eremita na conversão do coração, a uma austeridade de pobre, a uma confiança total no Pai celestial que cuida das flores do campo e dos pássaros do bosque, e a plena liberdade vai levando o eremita na conversão do coração, a uma austeridade de pobre, a uma confiança total no Pai celestial que cuida das flores do campo e dos pássaros do bosque, e na plena liberdade dos filhos de Deus. 

26. Com este sentido de penitência, o eremita se ajustará a seu horário pessoal que apresentará a aprovação do Arcebispo ou de seu delegado. O horário dará prioridade aos espaços de oração, as horas obrigadas do trabalho e ao tempo de descanso necessário, assim como as possíveis idas para visitar a família para cumprir com os deveres de piedade filial o de relações familiares. O horário lhe ajudará a aproveitar o tempo evitando a ociosidade, dando, todavia, espaço para aqueles imprevistos impossíveis de programar que vem exigidos pela educação ou a caridade. Este horário pode ser diferente segundo a época do ano, já que normalmente alguns se regem pelas horas do sol



27. Se recomenda que em certas festas e tempos litúrgicos intensifique esta compunção do coração com vigílias de oração e dias de jejum mais intenso sempre havendo feito o devido discernimento e com conselho de seu Diretor espiritual. 

28. Com fidelidade a esta “norma pessoal de vida”, segundo a orientação do Arcebispo, o eremita “encontrará no deserto e no combate espiritual a glória do Crucificado” (cf. Catecismo da Igreja Católica,921) ".

 O ITINERÁRIO DO DESERTO

Discernimento

29. O discernimento, como nos tempos dos primeiros Padres do deserto, devem acompanhar o eremita em sua opção por esse estilo de vida evangélica no seguimento de Cristo. É que a vida eremítica é uma graça de vocação cristã que leva consigo uma forte exigência de oração pessoal, de silêncio contemplativo, de solidão e penitência.

Isso exige da pessoa batizada que se crê chamada a este estilo de vida na Igreja, que faça um sério discernimento desse chamado antes de tomar alguma decisão. Se é membro de uma família religiosa, necessita, nem é preciso dizer, da autorização escrita de seu superior competente e aceitar estes estatutos no tempo em que viver como eremita na nossa diocese. Essa decisão deve ser acompanhada de uma longa reflexão e de uma intensa oração para ver quais são os caminhos de Deus.
30. A pessoa que se sente chamada a este estilo de vida evangélica terá seu diretor espiritual, que pode ser também outro eremita com experiência que te ajude nesse discernimento e formação inicial.

31. Ajuda a esse discernimento também de assimilar tudo o que temos dito do carisma do deserto, conhecer as possibilidades de desvios, impróprio do autêntico eremitismo, segundo a doutrina dos Padres do deserto, quer dizer: a independência de todo vínculo eclesial, a vontade própria, o fechamento nos próprios interesses e a piedade pessoal, a impermeabilidade de frente aos demais estando a frente de todos, o orgulho espiritual para dizer-se fiel ao evangelho, instalar-se em uma vida fácil e medíocre mantendo aparências de pobreza e solidão que não são outra coisa que romanticismo, etc.

32. Ao fazer o discernimento necessário, há que ter presente que o eremitismo, ou melhor o pseudo eremitismo, pode ser o recurso momentaneamente fácil para pessoas inquietas, inconstantes, instáveis, imaturas, ou descontentes de tudo. Ainda assim se lhes pode admitir a um tempo de experiência, porém velando pelas exigências deste estilo de vida. Isto ajudará a ver que não é este o chamado de Deus. 

Se se trata de uma pessoa que a que o Arcebispo duvida que seja chamada pelo Senhor a esta vida de deserto e de silêncio, a experiência ajudará a discernir se é uma verdadeira vocação ou o radicalismo de um novo convertido.

Formação

33. A formação inicial, que com a orientação do Arcebispo ou de seu delegado, durará ao menos três anos, compreenderá, em primeiro lugar, uma ascética firme e constante fidelidade a oração, a solidão, ao silêncio, a escuta de Deus, evitando possíveis evasões piedosas, como podem ser excessivas leituras espirituais.

34. Tanto podemos dizer que essa formação compreenderá também os aspectos bíblicos, catequéticos e teológicos, espirituais e históricos necessários para iniciar-se a vida monástica eremítica, segundo a capacidade e o nível já conseguido pelo aspirante. A pessoa que não vem de um instituto religioso, e por tanto sem experiência da vida consagrada, convêm que não viva sozinha no eremitério antes que experimente a vida comunitária de algum mosteiro que benevolamente te acolha durante um tempo conforme a seu gosto, com trabalho pessoal a mudança da acolhida.

35. A formação nem precisa dizer que deve ser permanente e sem desânimo. Podem ajudar as reuniões fraternas, convocadas ocasionalmente pelo Arcebispo ou por seu representante, sobretudo nos tempos fortes da liturgia, que o eremita deve viver intensamente, nesse estilo de vida na solidão são muito necessários esses encontros para ter diálogo e contraste de experiências e, sobretudo a colaboração em comum com pessoas que fizeram essa mesma difícil opção.

Estas reuniões gerais não excluem nem impedem a visita fraternal, discreta e edificante entre as pessoas que fizeram essa mesma opção pelo deserto.

Compromisso

36. Passado este tempo de discernimento, de formação e de prova, o Arcebispo reconhece ao eremita como consagrado a Deus na Igreja, mediante a profissão pública dos três conselhos evangélicos (cf. CIC, 603 § 2), seja com votos ou promessas e, em um primeiro momento pelo prazo de três anos, depois disso a forma definitiva. Se é membro professo perpétuo, fica incorporado na nossa diocese, devendo notificar a seu bispo anterior. Alguns outros segundo a lei da Igreja para as pessoas consagradas “antes da profissão perpétua, farão um testamento que seja válido também segundo o Direito civil”, (CIC, c.668 § 1).

37. Essa profissão pública ou promessa especial nas mãos do Arcebispo se fará tanto como seja possível, a paróquia a que pertence o eremitério, dentro da celebração eucarística e diante da comunidade cristã do lugar, de maneira que o eremita se sinta vinculado a Igreja diocesana através da comunidade paroquial. 

38. A Igreja local, por sua parte através do Arcebispado ou de seu delegado buscará os lugares idôneos para viver os fies chamados pelo Espírito, com a estabilidade necessária própria deste estilo de vida consagrada, e com um convênio escrito com o Arcebispado que concretize as condições da ocupação e estadia, se o eremitério é da diocese, ou com o proprietário do lugar. O lugar pode ser uma ermida da diocese, ou uma abadia de alguma paróquia rural ou urbana. Se admite também a criação de Lauras tradicionais como nos tempos do deserto contemplativo, porém com a independência própria de cada eremita, que vive “sua própria forma de vida”. 

39.O Arcebispo ou seu representante tem o compromisso de velar por essas pessoas que, aceitando as normas estabelecidas nestes Estatutos, façam opção pelo monarquismo eremítico, velarão por sua vida espiritual, sua saúde física e estado de ânimo e estarão atentos aos problemas que possam surgir neste estilo de vida evangélica
O Arcebispo e o eremita buscarão juntos a solução aos problemas de assistência sanitária e velhice, procurando que não sejam incômodos para ninguém, pondo sempre, todavia a confiança na providência do Pai que temos no céu. Estarão de acordo quanto aos gastos, conservação e manutenção do eremitério, tendo em conta que a presença do eremita é uma garantia de segurança e manutenção para o lugar que ele ocupa.

40. O compromisso do eremita é viver com generosidade constante e renovada no seguimento de Cristo, com uma vivência fiel dos conselhos evangélicos, professados de maneira pública e eclesial. Este conselho evangélico será vivido como expressão de amor a Jesus Cristo, como expressão de amor a Jesus Cristo e na esperança Nele, que o chamou ao silêncio contemplativo do deserto para “falar-te ao coração”.

41. A virgindade por amor ao reino do céu é um compromisso de amor apaixonado a Jesus Cristo que faz com que o eremita O busque acima de tudo, ainda que sem fazer-se singular aos demais as realidades temporais nem aos eventos sociais, que dê com alegria e esperança um testemunho de amor total e universal ao Pai e aos irmãos
Demonstrará que hoje e aqui o Senhor pode encher e transbordar de amor toda uma vida, eliminando egoísmos e fechamentos estéreis. Será, também um testemunho pascal das realidades que hão de vir e serão definitivas nesse estado de ressuscitados, “quando os homens não terão mulher nem as mulheres terão marido”.

42.A pobreza eremítica é um compromisso radical que reduz os gastos aos mínimos indispensáveis quanto a casa, a manutenção, as viagens, etc. Já que para o monge ou monja eremita a única riqueza há de ser aquele que enche o coração de quem o busca. Viverá da única riqueza do fruto do seu trabalho, trabalho que o eremita fará no eremitério ou ao seu redor dedicando as horas do labor necessárias para tirar o seu abastecimento e que lhe sirva também de descanso, porém sem a inquietude que tira a paz do coração. Há que cuidar para que o trabalho não tire o tempo assinalado para a oração e se converta em uma dissipação perigosa quando se sente a desconsolada solidão do deserto.
Sem estar nunca ocioso ou ociosa, dará sempre um testemunho de confiança no Pai que está no céu e que é a fonte de toda subsistência. Compartilhará com os pobres e necessitados o fruto de seus trabalhos. Ao menos uma vez por ano fará uma revisão com o Arcebispo ou seu delegado, seus gastos, e isso não por uma necessidade de controle, senão para discernir esta fidelidade a pobreza evangélica tão própria da vida anacoreta.

43. A obediência será, ainda que pareça fora do sentido, é um compromisso evangélico que determinará e garantirá o autêntico monge ou monja eremita. Buscar sempre e em tudo a vontade do Pai é uma exigência talvez mais forte em um homem ou mulher que vive no deserto e que mais facilmente, quem sabe, pode fazer sua vontade. Esta obediência é docilidade as moções do Espírito e se concretiza em uma submissão a orientação do Arcebispo, segundo sua norma própria, em também aos conselhos e orientações do diretor espiritual. Essa docilidade são traços característicos que acreditam ser de uma verdadeira vida monástica e eremítica, dentro da liberdade e autonomia próprios deste estilo de vida. É também sobretudo, fidelidade ao evangelho de Jesus, com a docilidade de Maria de Nazaré, que dizia: “ Faça-se em mim segundo a tua Palavra. ”

44. O eremita tem o compromisso, também, de ser uma pessoa plena e contagiosa de alegria pascal, do gozo evangélico do Reino, similar a daquele homem que encontra um tesouro escondido no campo, e “ cheio de alegria, vai vender tudo o que tem e compra aquele campo” (Mateus 13,44).
O eremita encontrou esse tesouro escondido. Por cima de tudo, busca aquele que é fonte de alegria e que sempre caminha com Ele, se esforça a viver para Ele, que chamou para viver as bem-aventuranças com uma fidelidade generosa e total ao Espírito. Jesus o primeiro eremita que viveu, o acompanha com seu exemplo, sua força e sua esperança. E isso o faz sentir feliz em meio das incompreensões e críticas da gente por sua aparente inutilidade pastoral.
Como contemplativo ou contemplativa valoriza sua missão especial na Igreja, uma vida orante e fraterna escondida em Deus, muito unida a seu mestre e amigo, incompreendido e perseguido, encontrando no deserto e “no combate espiritual a glória do Crucificado”, e Ressuscitado (Catecismo da Igreja Católica, 921).

SAÍDA DO DESERTO

45. O aspirante a vida eremítica pode interromper, durante o tempo de prova, sua experiência de deserto a qualquer momento em que julgue não seja este seu caminho, depois de um devido discernimento e já tendo falado com o Arcebispo ou seu delegado.  

46. Uma vez feitos os votos as promessas, se o professo ou professa crê que há de deixar o eremitério, deixará por escrito, ao Arcebispo as causas que o movem a pedir a dispensa dos votos e o retorno a vida secular. Será uma saída definitiva, sem possibilidade de retorno em nossa Igreja.

47. Se algum ou alguma eremita não cumprir estes Estatutos e sua maneira de viver, não se ajustará ao Espírito da vida Eremítica... O Arcebispo poderá, depois da devida correção fraterna, convidar a deixar este estilo de vida. E no caso de não aceitar a admoestação do Arcebispo, este poderá fazer um decreto público mediante um decreto que a Igreja local não o reconhece como eremita.

48. Confiando, todavia, no Senhor que nos salva, atento a sua Palavra, compartilhando o pão e o vinho eucarísticos e contemplando constantemente a Maria, a Virgem fiel, o eremita irá vendo confirmada sua fidelidade nos momentos difíceis de seu caminho pelo deserto, até chegar a adentrar-se no mistério da trindade santa, Pai, Filho e Espírito Santo, a quem seja dada toda glória pelos séculos dos séculos.

Certifico que o presente Estatuto regerá a vida eremítica no âmbito da Arquidiocese de Tarragona, foram aprovados pelo decreto do S. Exma. Arcebispo de Tarragona, dia 10 de janeiro de 2006.
Encerramos o documento original por cópia nas funções: Um entregue a Delegacia Diocesana para a vida consagrada e outro depositado no arquivo da cúria da arquidiocese.
Tarragona, 10 de janeiro de 2006.

Joaquim Claver Caselles"
Secretário Geral e Chanceler
Traduzido do original com ajuda do Google Tradutor
Corrigido e adaptado por Ir. José Crucificado de Jesus Hóstia

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