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quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

NATAL DO SENHOR



+Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
(Jo 1, 1-18)
No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus; e a Palavra era Deus.
No princípio estava ela com Deus. Tudo foi feito por ela, e sem ela nada se fez de tudo que foi feito.
Nela estava a vida, e a vida era a luz dos homens. E a luz brilha nas trevas, e as trevas não conseguiram dominá-la.
Surgiu um homem enviado por Deus; seu nome era João. Ele veio como testemunha, para dar testemunho da luz, para que todos chegassem à fé por meio dele. Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz: daquele que era a luz de verdade, que, vindo ao mundo, ilumina todo ser humano.
A Palavra estava no mundo — e o mundo foi feito por meio dela — mas o mundo não quis conhecê-la. Veio para o que era seu, e os seus não a acolheram.
Mas, a todos que a receberam, deu-lhes capacidade de se tornarem filhos de Deus, isto é, aos que acreditam em seu nome, pois estes não nasceram do sangue nem da vontade da carne nem da vontade do varão, mas de Deus mesmo.
Deus nos traz hoje, pelo anúncio majestoso dos anjos, uma grande alegria: “Não temais”, diz o emissário angélico à turba atemorizada de pastores, “eis que vos anuncio uma Boa-Nova que será alegria para todo o povo: hoje vos nasceu na Cidade de Davi um Salvador, que é o Cristo Senhor ” (Lc 2, 10-11). Eis a Boa-Nova, eis o evangelho que hoje nos é anunciado: nasceu-nos por fim, na cidade de Belém, o Cristo, nosso Salvador. Sim, o nascimento de Cristo é para todo o povo uma grande alegria. Mas os evangelistas, inspirados pelo Espírito divino, também fazem questão de anotar que nem todos reagiram com júbilo ao anúncio deste nascimento. 
Imagem relacionadaS. Mateus, por exemplo, fala-nos da fúria gananciosa com que Herodes I, à notícia dos magos de que acabara de nascer o rei dos judeus, mandou exterminar em Belém todos os meninos até os dois anos (cf. Mt 2, 16). E não só Herodes: com ele, toda Jerusalém ficou perturbada (cf. Mt 2, 3). E também nós, em alguma medida, deveríamos hoje ficar “perturbados”, porque o nascimento que celebramos o é do nosso Salvador, ou seja, de alguém que veio pôr a nu os nossos pecados, revelando toda a feiura deles no horror de sua Paixão, e exigir de nós, não sem conceder-nos o auxílio da graça, uma profunda mudança de vida. Sim, é-nos anunciada hoje uma grande alegria, mas uma alegria que não é “anestésica”, que não é esse dar de ombros, em nome de uma suposta “paz” entre os homens e as religiões, ao erro e ao pecado; não é esse “alegria” anódina e sensaborona de um Natal de mesa farta e corações vazios. 
Hoje nasceu para nós o Salvador, que é Cristo Senhor, e não outro, porque não há nenhum um nome pelo qual possamos ser salvos além do dele. Sim, trata-se de um alegria “incômoda”, porque a alegria de todo nascimento é sempre precedida pelas angústias do parto. Em Maria SS., é verdade, o dar Jesus à luz foi uma exceção à regra por que deve passar toda mulher que está prestes a parir; mas em nós, ao contrário, o nascimento espiritual de Cristo, para dar o fruto gozoso de sua plena maturidade em nossas almas, há antes de ser doloroso. 
Por isso, que os nossos corações, nos quais há sempre um pouco do egoísmo de Herodes e da cândida confiança dos pastores, se deixe hoje incomodar por este santo nascimento, que, se nos fere o orgulho e nos exige conversão, nos traz também as maiores delícias que podemos ter tanto nesta quanto na outra vida. Acolhamos pois o Cristo que hoje quer nascer em nossas almas; acolhamo-lo no presépio do nosso espírito e corramos, de almas limpas, a adorá-lo e servi-lo a partir de hoje com uma vida nova e reta aos seus olhos.


"A geração de Cristo é a origem do povo cristão", diz São Leão Magno, no Ofício das Leituras deste dia 31 de dezembro, "o Natal da Cabeça é também o natal do Corpo". O Verbo eterno de Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos, nasceu uma segunda vez, na humanidade, para nos fazer nascer uma vez mais, na fonte batismal, para a vida divina. "Embora cada um tenha sido chamado num momento determinado para fazer parte do povo do Senhor, e todos os filhos da Igreja sejam diversos na sucessão dos tempos, a totalidade dos fiéis, saída da fonte batismal", explica ainda o Papa Leão, "também nasceu com ele neste Natal".


Nasce nesta Oitava, portanto, não só o Cristo, mas cada cristão em particular. Celebrar essa solenidade não significa simplesmente recordar um acontecimento do passado, mas algo que toca concretamente a nossa própria história. Puer natus est nobis, "um menino nasceu" verdadeiramente, não para servir de enfeite nos presépios, não para trazer um feriado de fim de ano, não para entrar nas páginas frias dos livros de história; nasceu sim, mas "para nós", para nos salvar, para mudar e transformar por completo a nossa vida.

Ao passarmos em família ou em amigos as festividades deste fim de ano, não nos esqueçamos dessas verdades que dão sentido não só ao Natal e ao Ano-Novo, mas a toda a nossa existência.
Dos Sermões de São Leão Magno, papa 
(Sermo 6 in Nativitate Domini, 2-3, 5: PL 54, 213-216)
O Natal do Senhor é o Natal da paz
O estado de infância, que o Filho de Deus assumiu sem considerá-la indigna de sua grandeza, foi-se desenvolvendo com a idade até chegar ao estado de homem perfeito e, tendo-se consumado o triunfo de sua paixão e ressurreição, todas as ações próprias do seu estado de aniquilamento que aceitou por nós tiveram o seu fim e pertencem ao passado. Contudo, a festa de hoje renova para nós os primeiros instantes da vida sagrada de Jesus, nascido da Virgem Maria. E enquanto adoramos o nascimento de nosso Salvador, celebramos também o nosso nascimento.
Efetivamente, a geração de Cristo é a origem do povo cristão; o Natal da Cabeça é também o natal do Corpo.
Embora cada um tenha sido chamado num momento determinado para fazer parte do povo do Senhor, e todos os filhos da Igreja sejam diversos na sucessão dos tempos, a totalidade dos fiéis, saída da fonte batismal, crucificada com Cristo na sua Paixão, ressuscitada na sua Ressurreição e colocada à direita do Pai na sua Ascensão, também nasceu com ele neste Natal.
Todo homem que, em qualquer parte do mundo, acredita e é regenerado em Cristo, liberta-se do vínculo do pecado original e, renascendo, torna-se um homem novo. Já não pertence à descendência de seu pai segundo a carne, mas à linhagem do Salvador, que se fez Filho do homem para que nós pudéssemos ser filhos de Deus.
Se ele não tivesse descido até nós na humildade da natureza humana, ninguém poderia, por seus próprios méritos, chegar até ele.
Por isso, a grandeza desse dom exige de nós uma reverência digna de seu valor. Pois, como nos ensina o santo Apóstolo, "nós não recebemos o espírito do mundo, mas recebemos o Espírito que vem de Deus, para que conheçamos os dons da graça que Deus nos concedeu" (1Cor 2, 12). O único modo de honrar dignamente o Senhor é oferecer-lhe o que ele mesmo nos deu.
Ora, no tesouro das liberalidades de Deus, que podemos encontrar de mais próprio para celebrar esta festa do que a paz, que o canto dos anjos anunciou em primeiro lugar no nascimento do Senhor?
É a paz que gera os filhos de Deus e alimenta o amor; ela é a mãe da unidade, o repouso dos bem-aventurados e a morada da eternidade; sua função própria e seu benefício especial é unir a Deus os que ela separa do mundo.
Assim, aqueles que "não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus mesmo" ( Jo 1, 13), ofereçam ao Pai a concórdia dos filhos que amam a paz, e todos os membros da família adotiva de Deus se encontrem naquele que é o Primogênito da nova criação, que não veio para fazer a sua vontade, mas a vontade daquele que o enviou. Pois a graça do Pai não adotou como herdeiros pessoas que vivem separadas pela discórdia ou oposição, mas unidas nos mesmos sentimentos e no mesmo amor. É preciso que tenham um coração unânime os que foram recriados segundo a mesma imagem.
O Natal do Senhor é o natal da paz. Como diz o Apóstolo, Cristo é a nossa paz, ele que de dois povos fez um só (cf. Ef 2, 14); judeus ou gentios, "em um só Espírito, temos acesso junto ao Pai" (Ef 2, 18).

sábado, 14 de dezembro de 2019

SOLENIDADE DE SÃO JOÃO DA CRUZ



+Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
(Mt 11, 11-15)
Naquele tempo, disse Jesus à multidão: “Eu vos declaro esta verdade: nunca surgiu entre os homens alguém maior do que João Batista. E, no entanto, o menor no Reino dos céus é maior do que ele. Desde os dias de João Batista até agora o Reino dos céus tem sido assaltado. E são os violentos que o conquistam. Com efeito, todos os Profetas, bem como a Lei, profetizaram até João. E, se quiserdes compreendê-los, João é o Elias que estava para vir. Quem tiver ouvidos, que escute bem”.

A Igreja celebra hoje a memória de S. João da Cruz, um de seus mais santos e mortificados Doutores. Apesar dos vários preconceitos que às vezes nos impedem de ler corretamente os seus escritos, mais conhecidos por seu espírito de penitência e ascese, S. João da Cruz é, sem dúvida nenhuma, o grande santo do amor. Prova disso, por exemplo, são o Cântico Espiritual e a Chama Viva de Amor, duas obras inestimáveis que nos falam, em tons apaixonados, da caridade infinita que Deus, tão sedento de união, tem por cada um de nós. A renúncia absoluta a que S. João nos exorta, um dos pontos mais destacados de sua produção ascética, talvez tenha, inclusive, uma raiz biográfica. É sabido que seu pai, Gonçalo, oriundo de uma família rica, renunciou a todos os seus bens e honrarias para casar-se com Catalina, moça pobre e humilde. S. João pôde ver assim, “plasmado” na história mesma de seus pais, o itinerário que toda alma é chamada a percorrer: uma vez encontrado o nosso grande Amor, que é Deus e só Ele, não podemos apegar-nos a coisa nenhuma; temos, sim, de estar dispostos a largar tudo, com alegria de um coração apaixonado, para lucrar o tesouro de um Amor infinito, superabundante. A renúncia de que nos fala o Doutor Místico, portanto, nada tem de pessimista e “mal-humorada”; é antes a única resposta possível de quem realmente ama e vê o seu Amado de braços abertos, à espera de que, livres das amarras de amores falsos e mesquinhos, finalmente nos lancemos ao seu Coração ardente de caridade. Recorramos hoje ao patrocínio de S. João da Cruz e, a seu exemplo, empenhemo-nos ainda mais, desatando-nos dos afetos mundanos, para chegar bem preparados à noite de Natal.

domingo, 8 de dezembro de 2019

SOLENIDADE DA IMACULADA CONCEIÇÃO DA MÃE DE DEUS




+Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 1, 26-38)

Naquele tempo, no sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma virgem, prometida em casamento a um homem chamado José. Ele era descendente de Davi e o nome da Virgem era Maria.

O anjo entrou onde ela estava e disse: “Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!” Maria ficou perturbada com estas palavras e começou a pensar qual seria o significado da saudação.

O anjo, então, disse-lhe: “Não tenhas medo, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus. Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi. Ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó, e o seu reino não terá fim”.

Maria perguntou ao anjo: “Como acontecerá isso, se eu não conheço homem algum?”

O anjo respondeu: “O Espírito virá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com sua sombra. Por isso, o menino que vai nascer será chamado Santo, Filho de Deus. Também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na velhice. Este já é o sexto mês daquela que era considerada estéril, porque para Deus nada é impossível”.

Maria, então, disse: “Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!” E o anjo retirou-se.

O objeto da solenidade que alegra neste dia toda a Santa Igreja Católica e Apostólica, contido na saudação que ouvimos hoje da boca de S. Gabriel Arcanjo: “Ave, cheia de graça”, é o privilégio singular com que a Bem-aventurada Virgem Maria, no primeiro instante de sua concepção, foi preservada imune por Deus onipotente, em atenção aos méritos futuros de Cristo, Redentor do gênero humano, de toda mancha do pecado original. Trata-se do mistério da Imaculada Conceição, em virtude do qual Maria SS. teve sempre, apenas saiu das mãos do Criador, o dom da graça santificante. Como todo descendente de Adão segundo a carne, também a Virgem deveria contrair o pecado original assim que fosse concebida de S. Joaquim e Sant’Ana, mas foi dele preservada a fim de tornar-se digna Mãe do Salvador. 
A causa eficiente deste privilégio, como diz um grande teólogo do século passado [1], foi o amor singularíssimo com que Deus amou desde o princípio sua futura Mãe e a eximiu, por esta razão, da lei comum de pecado sob a qual todo homem vem ao mundo. Tal privilégio — como o definiu o Magistério eclesiástico na bula Ineffabilis Deus, do Papa Pio IX, no dia 8 de dezembro de 1854 — foi-lhe concedido em atenção aos méritos futuros de Nosso Senhor Jesus Cristo, de modo que também a Virgem Maria, ao contrário do que praguejam alguns hereges e cismáticos, foi verdadeiramente redimida por Cristo, e de uma maneira ainda mais sublime. 
Com efeito, enquanto aos outros homens o mérito redentor de Cristo é aplicado para os libertar de um mal já contraído, à Virgem SS. foi aplicado para a preservar de todo contágio. Ora, não é melhor médico quem é capaz de impedir a contração da doença do que aquele que só pode curar os que já estão enfermos? Não foi, portanto, mais perfeita a redenção preservadora de Maria do que a redenção restaurativa dos outros homens? Como não louvar Deus por ter nela preparado, enriquecendo-a de todos os tesouros divinos, uma morada digna para o seu Filho encarnado? Se hoje os coros angélicos saúdam a Virgem Mãe com aquelas sublimes palavras: “Ave, cheia de graça”, como não iremos também nós, unidos a todas as gerações de fiéis, proclamar para maior honra e glória da Santíssima e indivisa Trindade que Maria é realmente a Imaculada Conceição? — Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós!

quinta-feira, 21 de novembro de 2019

APRESENTAÇÃO DA SANTÍSSIMA VIRGEM MARIA


Maria, dedicou-se totalmente e livremente a Deus

A memória que a Igreja celebra hoje não encontra fundamentos explícitos nos Evangelhos Canônicos, mas algumas pistas no chamado proto-evangelho de Tiago, livro de Tiago, ou ainda, História do nascimento de Maria. A validade do acontecimento que lembramos possui real alicerce na Tradição que a liga à Dedicação da Igreja de Santa Maria Nova, construída em 543, perto do templo de Jerusalém.

Resultado de imagem para APRESENTAÇÃO DE NOSSA SENHORA NO TEMPLOOs manuscritos não canônicos, contam que Joaquim e Ana, por muito tempo não tinham filhos, até que nasceu Maria, cuja infância se dedicou totalmente, e livremente a Deus, impelida pelo Espírito Santo desde sua concepção imaculada. Tanto no Oriente, quanto no Ocidente observamos esta celebração mariana nascendo do meio do povo e com muita sabedoria sendo acolhida pela Liturgia Católica, por isso esta festa aparece no Missal Romano a partir de 1505, onde busca exaltar a Jesus através daquela muito bem soube isto fazer com a vida, como partilha Santo Agostinho, em um dos seus Sermões:

“Acaso não fez a vontade do Pai a Virgem Maria, que creu pela fé, pela fé concebeu, foi escolhida dentre os homens para que dela nos nascesse a salvação; criada por Cristo antes que Cristo nela fosse criado? Fez Maria totalmente a vontade do Pai e por isto mais valeu para ela ser discípula de Cristo do que mãe de Cristo; maior felicidade gozou em ser discípula do que mãe de Cristo. E assim Maria era feliz porque já antes de dar à luz o Mestre, trazia-o na mente”.

A Beata Maria do Divino Coração dedicava devoção especial à festa da Apresentação de Nossa Senhora, de modo que quis que os atos mais importantes da sua vida se realizassem neste dia.

Foi no dia 21 de novembro de 1964 que o Papa Paulo VI, na clausura da 3ª Sessão do Concílio Vaticano II, consagrou o mundo ao Coração de Maria e declarou Nossa Senhora Mãe da Igreja.

Nossa Senhora da Apresentação, rogai por nós!

sábado, 2 de novembro de 2019

SOLENIDADE DE LUTO: DIA DOS FIÉIS DEFUNTOS


Hoje não é dia de tristezas e lamúrias, e sim de transformar nossas saudades em forças de intercessão pelos fiéis defuntos

Neste dia ressoa em toda a Igreja o conselho de São Paulo para as primeiras comunidades cristãs: “Não queremos, irmãos, deixar-vos na ignorância a respeito dos mortos, para que não vos entristeçais como os outros que não tem esperança” ( 1 Tes 4, 13).

Sendo assim, hoje não é dia de tristezas e lamúrias, e sim de transformar nossas saudades, e até as lágrimas, em forças de intercessão pelos fiéis que, se estiverem no Purgatório, contam com nossas orações.

O convite à oração feito por nossa Mãe Igreja fundamenta-se na realidade da “comunhão dos santos”, onde pela solidariedade espiritual dos que estão inseridos no Corpo Místico, pelo Sacramento do Batismo, são oferecidas preces, sacrifícios e Missas pelas almas do Purgatório. No Oriente, a Igreja Bizantina fixou um sábado especial para orações pelos defuntos, enquanto no Ocidente as orações pelos defuntos eram quase geral nos mosteiros do século VII; sendo que a partir do Abade de Cluny, Santo Odilon, aos poucos o costume se espalhou para o Cristianismo, até ser tornado oficial e universal para a Igreja, através do Papa Bento XV em 1915, pois visava os mortos da guerra, doentes e pobres.

A Palavra do Senhor confirma esta Tradição pois “santo e piedoso o seu pensamento; e foi essa a razão por que mandou que se celebrasse pelos mortos um sacrifício expiatório, para que fossem absolvidos de seu pecado” (2 Mc 2, 45). Assim é salutar lembrarmos neste dia, que “a Igreja denomina Purgatório esta purificação final dos eleitos, que é completamente distinta do castigo dos condenados” (Catecismo da Igreja Católica).

Portanto, a alma que morreu na graça e na amizade de Deus, porém necessitando de purificação, assemelha-se a um aventureiro caminhando num deserto sob um sol escaldante, onde o calor é sufocante, com pouca água; porém enxerga para além do deserto, a montanha onde se encontra o tesouro, a montanha onde sopram brisas frescas e onde poderá descansar eternamente; ou seja, “o Céu não tem portas” (Santa Catarina de Gênova), mas sim uma providencial ‘antessala’.

“Ó meu Jesus perdoai-nos, livrai-nos do fogo do Inferno. Levai as almas todas para o Céu e socorrei principalmente as que mais precisarem! Amém!”

sexta-feira, 1 de novembro de 2019

SOLENIDADE DE TODOS OS SANTOS DE DEUS

Na solenidade de todos os Santos a Igreja militante honra a Igreja triunfante do Céu

No dia 1º de novembro, a Igreja celebra a festa de Todos os Santos. Segundo a tradição, ela foi colocada neste dia, logo após 31 de outubro, porque que os celtas ingleses – pagãos -, celebravam as bruxas e os espíritos que vinham se alimentar e assustar as pessoas nesta noite (Halloween).
festaNesse dia, a Igreja militante (que luta na Terra) honra a Igreja triunfante do Céu “celebrando, numa única solenidade, todos os Santos” – como diz o sacerdote na oração da Missa – para render homenagem àquela multidão de Santos que povoam o Reino dos Céus, que São João viu no Apocalipse: “Ouvi, então, o número dos assinalados: cento e quarenta e quatro mil assinalados, de toda tribo dos filhos de Israel. Depois disso, vi uma grande multidão que ninguém podia contar, de toda nação, tribo, povo e língua: conservavam-se em pé diante do trono e diante do Cordeiro, de vestes brancas e palmas na mão”. “Esses são os sobreviventes da grande tribulação; lavaram as suas vestes e as alvejaram no sangue do Cordeiro.” (Ap 7,4-14)
Esta imensa multidão de 144 mil, que está diante do Cordeiro, compreende todos os servos de Deus, aos quais a Igreja canonizou através da decisão infalível de algum Papa, e todos aqueles, incontáveis, que conseguiram a salvação, e que desfrutam da visão beatífica de Deus. Lá “eles intercedem por nós sem cessar”, diz uma de nossas Orações Eucarísticas. Por isso, a Igreja recomenda que os pais ponham nomes de Santos em seus filhos.
Esses 144 mil significam uma grande multidão (12 x 12 x 1000). O número doze e o número mil significavam para os judeus antigos plenitude, perfeição e abundância; não é um valor meramente aritmético, mas simbólico. A Igreja já canonizou mais de 20 mil santos, mas há muito mais que isto no Céu. No livro ‘Relação dos Santos e Beatos da Igreja’, eu pude relacionar, de várias fontes, quase 5mil dos mais importantes; e os coloquei em ordem alfabética.

A “Lúmen Gentium” do Vaticano II lembra que: “Pelo fato de os habitantes do Céu estarem unidos mais intimamente com Cristo, consolidam com mais firmeza na santidade toda a Igreja. Eles não deixam de interceder por nós junto ao Pai, apresentando os méritos que alcançaram na terra pelo único mediador de Deus e dos homens, Cristo Jesus. Por seguinte, pela fraterna solicitude deles, a nossa fraqueza recebe o mais valioso auxílio” (LG 49) (§956).
Na hora da morte, São Domingos de Gusmão dizia a seus frades: “Não choreis! Ser-vos-ei mais útil após a minha morte e ajudar-vos-ei mais eficazmente do que durante a minha vida”. E Santa Teresinha confirmava este ensino dizendo: “Passarei meu céu fazendo bem na terra”.

O nosso Catecismo diz que: “Na oração, a Igreja peregrina é associada à dos santos, cuja intercessão solicita” (§2692).
A marca dos santos são as bem–aventuranças que Jesus proclamou no Sermão da Montanha; por isso, este trecho do Evangelho de São Mateus (5,1ss) é lido nesta Missa. Os santos viveram todas as virtudes e, por isso, são exemplos de como seguir Jesus Cristo. Deus prometeu dar a eterna bem-aventurança aos pobres no espírito, aos mansos, aos que sofrem e aos que têm fome e sede de justiça, aos misericordiosos, aos puros de coração, aos pacíficos, aos perseguidos por causa da justiça e a todos os que recebem o ultraje da calúnia, da maledicência, da ofensa pública e da humilhação.
Esta ‘Solenidade de Todos os Santos’ vem do século IV. Em Antioquia, celebrava-se uma festa por todos os mártires no primeiro domingo depois de Pentecostes. A celebração foi introduzida em Roma, na mesma data, no século VI, e cem anos após era fixada no dia 13 de maio pelo papa Bonifácio IV, em concomitância com o dia da dedicação do “Panteon” dos deuses romanos a Nossa Senhora e a todos os mártires. No ano de 835, esta celebração foi transferida pelo papa Gregório IV para 1º de novembro.
Cada um de nós é chamado a ser santo. Disse o Concilio Vaticano II que: “Todos os fiéis cristãos, de qualquer estado ou ordem, são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade” (Lg 40). Todos são chamados à santidade: “Deveis ser perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5,48): “Com o fim de conseguir esta perfeição, façam os fiéis uso das forças recebidas (…) cumprindo em tudo a vontade do Pai, se dediquem inteiramente à glória de Deus e ao serviço do próximo. Assim, a santidade do povo de Deus se expandirá em abundantes frutos, como se demonstra luminosamente na história da Igreja pela vida de tantos santos” (LG 40).
O caminho da perfeição passa pela cruz. Não existe santidade sem renúncia e sem combate espiritual (cf. 2Tm 4). O progresso espiritual da oração, mortificação, vida sacramental, meditação, luta contra si mesmo; é isto que nos leva gradualmente a viver na paz e na alegria das bem-aventuranças. Disse São Gregório de Nissa (†340) que: “Aquele que vai subindo jamais cessa de ir progredindo de começo em começo por começos que não têm fim. Aquele que sobe jamais cessa de desejar aquilo que já conhece” (Hom. in Cant. 8).

domingo, 27 de outubro de 2019

PORQUE NÃO HÁ MOSTEIROS SEMI-EREMÍTICOS NO BRASIL? | VIDA CARMELITA EREMITA


Louvados sejam Nosso Senhor Jesus Cristo e sua Mãe a Virgem Maria, Senhora Nossa.
Tudo bem com vocês?

Um dos questionamentos pelos quais nos deparamos na maioria dos comentários ou pelas redes sociais ou pessoalmente é o fato pelo qual os Mosteiros de Vida Semi-Eremítica não optarem pelo ingresso nas terras brasileiras.


Para que possamos entender esse fator intrínseco devemos ter o conhecimento do que na realidade os autores ao longo do tempo definem por vida eremítica. Autores atuais que estudam o caso dessa manifestação e renovação nos dias atuais, definem a vida eremítica como um fenômeno próprio, ou seja, não há a necessidade de um carisma específico nem tampouco de uma regra pré-estabelecida que abrace todos os eremitas, há dioceses na Europa que adotam desse método, mas quando se dispõe de uma gama de eremitas, até mesmo para evitar heresias e falsas vocações. Porém autores antigos definem a vida eremítica como ramificação da vida cenobítica tratando-a não como uma novidade, mas uma continuação da vida monástica, portanto, definindo-a como Vida Monástica Eremítica

Esclarecidos esses dois pontos e diferenciados passamos para a situação em questão. Para que um Mosteiro de vida semi-eremítico chegue a um determinado país há um período de investigação para aprovação da própria comunidade; visto que esse modo de vida é o mais procurado pelos vocacionados de vida eremítica. 

O Brasil não se enquadra dentro dos parâmetros pré adotados pelas congregações semi-eremíticas pelo simples fato de o brasileiro quase nunca se voltar para a solidão, fazendo assim, dele um país fraternal e acolhedor o que desperta a atenção de curiosos quebrando o silêncio monástico tão precioso para esse estilo de vida. A era que vivemos, com a tecnologia ao alcance de todo e qualquer cidadão, quebra os princípios básicos do eremitismo que tem sua observância no silêncio e na contemplação. Para mais, é colocado em investigação a situação das dioceses em acolher as vocações, visto que a estrutura desse tipo de congregação tem que se dispor de uma impecável e sem "gambiarras" pois é alicerçada no princípio básicos do retiro e da clausura que tem por característica o individualismo, melhor dizendo, "a sós com o Só". Na década de noventa (90) até tentaram a introdução desse estilo de vida aqui no Brasil, os Camaldulenses, mas fechou pela falta de demanda de vocações; possa ser devido ao fator "meios de comunicação" para instigar os jovens a procura pelo carisma. 

Espero que o conteúdo tenha alcançado e seu coração e sanado suas dúvidas.

Pax Tecum! 

terça-feira, 15 de outubro de 2019

SOLENIDADE DE SANTA TERESA DE JESUS

Celebramos hoje a Solenidade de Santa Teresa de Jesus, Mestra, Doutora e Fundadora do Carmelo Descalço. Hoje conhecemos, sua humanidade, sabedoria, alegria,determinação, e santidade.
O padre João de Ribeira S.I. seu primeiro biógrafo descreve seu semblante da seguinte maneira:
“Tinha boa estatura, e na sua mocidade fora bonita, e mesmo depois de velha conservava-se muito bem, o corpo avultado e muito branco, o rosto redondo e cheio de bom tamanho e proporção, a cor branca e encarnada, e quando estava em oração ficava inflamado, e se tornava belíssima; todo ele limpo e agradável; o cabelo preto e crespo, a fronte ampla, igual e bonita, as sobrancelhas ruivas tendentes ao preto, grandes e um pouco grossas, não muito arqueadas, mas algo planas. Os olhos negros e redondos, um pouco empapuçados (é assim que os chamam e não saberia como melhor explicar), não grandes, mas bem dispostos, vivos e graciosos, que, ao rirem, todos riam e expressavam alegria , e por outro lado bem sérios, quando ela queria mostrar no rosto seriedade. O nariz era pequeno e no meio não era muito alto. Tinha uma ponta arredondada e um pouco inclinada para baixo; as narinas algo arqueadas e pequenas; a boca, nem grande nem pequena; o lábio superior, fino e reto: o inferior, grosso e um pouco caído, bem agraciado e colorido; muito bons os dentes… as orelhas, nem pequenas nem grandes; o pescoço grosso e curto e um pouco encravado; as mãos pequenas e muito bonitas. Do lado esquerdo da face tinha três pequenos lunares que lhe proporcionavam muita graça, um pouco abaixo da metade do nariz, outro entre o nariz e a boca e o terceiro debaixo da boca. Esses pormenores eu os conheci com pessoas que, mais do que eu e por mais tempo, se puseram muitas vezes a fitá-la. No conjunto parecia muito bonita e boa postura no andar, e era tão amável e agradável que todas as pessoas que a olhavam ficavam comumente muito comprazidas. Enquanto vivia, foi feito um retrato seu, por ordem de seu Provincial, o Frei Jerônimo Gracian; o retrato foi pintado pelo irmão leigo João da Miséria. O que fez Gracian foi ótimo, não tanto a escolha do pintor, que podia ter sido melhor, visto que na Espanha os havia para retratar pessoa tão ilustre mais ao vivo para consolo de muitos” (pg 323-324)
Mas quem foi Teresa de Jesus?
Teresa nasceu em Ávila, na Espanha, em 1515 e foi educada de modo sólido e cristão, tanto assim que, quando criança, se encantou tanto com a leitura da vida dos santos mártires a ponto de ter combinado fugir com o irmão para uma região onde muitos cristãos eram martirizados; mas nada disso aconteceu graças à vigilância dos pais.
Aos vinte anos, ingressou no Carmelo de Ávila, onde viveu um período no relaxamento, pois muito se apegou às criaturas, parentes e conversas destrutivas, assim como conta em seu livro biográfico.
Certo dia, foi tocada pelo olhar da imagem de um Cristo sofredor, assumiu a partir dessa experiência a sua conversão e voltou ao fervor da espiritualidade carmelita, a ponto de criar uma espiritualidade modelo.
Foi grande amiga do seu conselheiro espiritual São João da Cruz, também Doutor da Igreja, místico e reformador da parte masculina da Ordem Carmelita. Por meio de contatos místicos e com a orientação desse grande amigo, iniciou aos 40 anos de idade, com saúde abalada, a reforma do Carmelo feminino. Começou pela fundação do Carmelo de São José, fora dos muros de Ávila. Daí partiu para todas as direções da Espanha, criando novos Carmelos e reformando os antigos. Provocou com isso muitos ressentimentos por parte daqueles que não aceitavam a vida austera que propunha para o Carmelo reformado. Chegou a ter temporariamente revogada a licença para reformar outros conventos ou fundar novas casas.
Santa Teresa deixou-nos várias obras grandiosas e profundas, principalmente escritas para as suas filhas do Carmelo : “O Caminho da Perfeição”, “Pensamentos sobre o Amor de Deus”, “Castelo Interior”, “A Vida”. Morreu em Alba de Tormes na noite de 15 de outubro de 1582 aos 67 anos, e em 1622 foi proclamada santa. O seu segredo foi o amor. Conseguiu fundar mais de trinta e dois mosteiros, além de recuperar o fervor primitivo de muitas carmelitas, juntamente com São João da Cruz. Teve sofrimentos físicos e morais antes de morrer, até que em 1582 disse uma das últimas palavras: “Senhor, sou filha de vossa Igreja. Como filha da Igreja Católica quero morrer”.
No dia 27 de setembro de 1970 o Papa Paulo VI reconheceu-lhe o título de Doutora da Igreja. Sua festa litúrgica é no dia 15 de outubro. Santa Teresa de Ávila é considerada um dos maiores gênios que a humanidade já produziu. Mesmo ateus e livres-pensadores são obrigados a enaltecer sua viva e arguta inteligência, a força persuasiva de seus argumentos, seu estilo vivo e atraente e seu profundo bom senso. O grande Doutor da Igreja, Santo Afonso Maria de Ligório, a tinha em tão alta estima que a escolheu como patrona, e a ela consagrou-se como filho espiritual, enaltecendo-a em muitos de seus escritos.
Santa Teresa de Ávila, rogai por nós!
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Nada te turbe,
Nada te espante;
Quien a Dios tiene
nada le falta.
Nada te turbe,
Nada te espante;
Sólo Dios basta.

quinta-feira, 10 de outubro de 2019

ESTUDO BÍBLICO | A GLORIFICAÇÃO DE JESUS

JESUS SAI DO TÚMULO 

Na aurora do terceiro dia, Jesus ressuscitou dentre os mortos e saiu glorioso do túmulo. De repente, sentiu-se um grande tremor de terra. Do céu desceu um anjo que rolou a pedra do túmulo para o lado e se sentou em cima dela. O seu rosto brilhava como um relâmpago e os seus vestidos eram brancos como a neve. À vista do anjo, os guardas foram tomados pelo medo e caíram como mortos. 

JESUS APARECE ÀS SANTAS MULHERES 

Ao raiar do sol, algumas mulheres piedosas foram ao sepulcro para embalsamar o corpo de Jesus. Quando lá chegaram, viram a pedra que o fechava afastada para o lado. O anjo disse-lhes: "Procurais a Jesus de Nazaré que foi crucificado? Ressuscitou! Não está mais aqui! Ide dizer aos discípulos". Quando regressavam, apareceu-lhes Jesus e disse: "Eu vos saúdo!". Cheias de alegria, prostraram-se para o adorar. 

JESUS APARECE AOS DISCÍPULOS DE EMAÚS 

Nesse mesmo dia, dois discípulos seguiam para uma aldeia chamada Emaús e iam falando sobre os acontecimentos dos três últimos dias. Jesus aproximou-se deles, mas não o reconheceram. Perguntou Jesus: "Que conversas são essas e por que estais tão tristes?". E eles contaram-lhe. Então Jesus começou a instruí-los nestas palavras: "Não era preciso que o Cristo sofresse tais coisas para entrar na sua glória?". E explicou-lhes o que dele havia sido dito em todas as Escrituras. Quando chegaram a Emaús, pareceu-lhes que Jesus ia para mais longe. Por isso disseram-lhe: "Ficai conosco porque já é tarde e o dia se encerra". Jesus entrou com eles na hospedaria e, estando com eles à mesa, tomou o pão, benzeu-o, partiu-o e o deu. Então seus olhos se abriram e puderam reconhecê-lo. Mas Jesus desapareceu imediatamente. 

JESUS APARECE AOS APÓSTOLOS NO CENÁCULO 

Estando os apóstolos e os discípulos reunidos em Jerusalém, numa sala à portas fechadas, Jesus entrou de repente e disse-lhes: "A paz esteja convosco! Assim como o Pai me enviou também eu vos envio". Depois destas palavras, soprou sobre eles, dizendo: "Recebam o Espírito Santo! Àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhe-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhe-ão retidos". 

JESUS DESIGNA PEDRO PARA CHEFE DA IGREJA 

Um dia, Jesus manifestou-se a sete discípulos junto do lago de Genesaré. E disse a Pedro: "Simão, filho de Jonas, tu me amas mais do que estes?". Pedro respondeu: "Sim, Senhor, vós sabeis que eu vos amo". Jesus disse-lhe: "Apascenta os meus cordeiros". Jesus perguntou pela segunda vez: "Simão, filho de Jonas, tu me amas?". Pedro respondeu: "Sim, Senhor, vós sabeis que eu vos amo". Jesus disse-lhe: "Apascenta os meus cordeiros". Perguntou ainda pela terceira vez: "Simão, filho de Jonas, tu me amas?". Pedro ficou triste porque Jesus perguntara-lhe pela terceira vez: "Tu me amas?". E respondeu: "Senhor, vós sabeis tudo, bem sabes que eu te amo". Disse-lhe Jesus: "Apascenta as minhas ovelhas".

 A ASCENÇÃO DE JESUS 

Quarenta dias depois da ressurreição, Jesus apareceu mais uma vez aos apóstolos no Cenáculo, em Jerusalém. E disse-lhes: "Ide pelo mundo inteiro e ensinai todas as nações. Batizai-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo". Depois levou-os ao monte das Oliveiras e, erguendo as mãos, abençoou-os. Enquanto os abençoava, subiu ao céu. Os apóstolos estavam a vê-lo subir quando dois anjos vestidos de branco apareceram e lhes disseram: "Este Jesus tornará a descer do céu da mesma forma como o vistes subir". Os apóstolos voltaram para Jerusalém repletos de alegria. 

O ESPÍRITO SANTO DESCE SOBRE OS DISCÍPULOS 

Reunidos no Cenáculo, em Jerusalém, os discípulos de Jesus passaram nove dias inteiros em oração. O décimo dia era o Pentecostes dos judeus. De repente, ouviu-se do céu um ruído semelhante ao de uma tempestade, que encheu toda a casa. Ao mesmo tempo, apareceram umas línguas de fogo que pousaram sobre cada um deles. E todos começaram a falar em línguas estrangeiras. Ouvindo o ruído, muita gente acorreu até aquela casa. Pedro começou a falar: "Homens de Israel, ouvi! Este Jesus de Nazaré, que vós crucificastes, ressuscitou dos mortos. E eis que nos enviou o Espírito Santo". Muitos dos judeus pediram então o batismo. Eram quase três mil. 

A IGREJA ESPALHA-SE POR TODO O MUNDO

 Depois do Pentecostes, os apóstolos pregaram o Evangelho, primeiro aos judeus, depois aos pagãos. Muitos acolheram a doutrina de Jesus e passaram a se chamar cristãos. [A Igreja de Jesus Cristo foi se espalhando diariamente pelo mundo. É assim que a Igreja Católica existe há vinte séculos. Aumentará cada vez mais e não terminará nunca. Esta foi a promessa feita por Jesus Cristo, seu divino fundador, aos apóstolos: "Eu estarei convosco todos os dias até a consumação dos séculos!".] 

quarta-feira, 9 de outubro de 2019

ESTUDO BÍBLICO | A PAIXÃO DE JESUS

JUDAS VENDE O SENHOR 

O apóstolo Judas foi encontrar-se com os príncipes dos judeus e disse-lhes: "O que me dais se vos entregar Jesus". Ofereceram-lhe trinta moedas e ele aceitou. 

JESUS NO JARDIM DAS OLIVEIRAS 

Saindo do Cenáculo, Jesus atravessou a torrente do Cedron e dirigiu-se, com seus discípulos, para o monte das Oliveiras. Chegando a um lugar chamado Getsêmani, onde havia um jardim, entrou nele com os discípulos e disse-lhes: "Sentai-vos aqui enquanto eu vou orar". Levou consigo Pedro, Tiago e João e disse-lhes: "A minha alma está triste até à morte. Ficai aqui e vigiai comigo". Depois, andou um pouco, pôs-se de joelhos e orou, dizendo: "Pai, se for possível, afasta de mim este cálice! Mas seja feita a vossa vontade e não a minha". Depois de orar assim por três vezes, apareceu-lhe um anjo do céu para o consolar. Jesus, prolongando a sua oração, caiu em agonia e começou a suar sangue que escorria até o chão. Depois voltou para junto dos três apóstolos, que estavam dormindo. Jesus disse-lhes: "Vamos, levantai-vos! Já está perto aquele que me traiu". 

A PRISÃO DE JESUS 

Jesus ainda estava falando quando chegou Judas com um grupo de soldados e servos. Todos traziam lanternas e archotes, espadas e varapaus. O traidor tinha-lhes dito: "Será aquele que eu beijar. Prendei-o". Judas aproximou-se logo de Jesus e disse: "Mestre, eu vos saúdo". E deu-lhe um beijo na face. Jesus disse-lhe: "Meu amigo, que vieste fazer? Judas, é com um beijo que entregas o Filho do Homem?". Então Jesus disse aos que acompanhavam Judas: "A quem procurais?". Eles responderam: "A Jesus de Nazaré". Jesus disse-lhes: "Sou eu". E logo caíram por terra. Jesus perguntou-lhe outra vez: "A quem procurais?". Eles repetiram: "A Jesus de Nazaré". Jesus respondeu: "Já vos disse que sou eu. Se é a mim que buscais, deixai que estes se vão". Então puseram as mãos em Jesus e o prenderam. 

JESUS PROÍBE A RESISTÊNCIA 

Vendo isto, os discípulos perguntaram: "Senhor, e se os feríssimos à espada?". Sem esperar a resposta, Simão puxou a espada, feriu Malco, servo do sumo-sacerdote, e cortou-lhe a orelha direita. Jesus disse: "Basta!". E, dirigindo-se a Pedro, disse: "Coloca a espada na bainha porque quem com o ferro mata, com o ferro será morto. Julgas que eu não poderia pedir a meu Pai e ele não me enviaria mais de doze legiões de anjos? Mas como se cumpririam as Escrituras, que anunciam que assim deve acontecer? Não hei de beber o cálice que o Pai me deu?". E, tocando a orelha de Malco, a curou. Depois Jesus disse aos príncipes dos sacerdotes, aos magistrados do templo e aos anciãos: "Viestes armados de espadas e varapaus para me prender, como se faz a um ladrão. Todos os dias eu estava sentado entre vós, ensinando no templo e não me prendestes. Mas é esta a vossa hora, a hora do poder das trevas. Tudo isto aconteceu para que se cumprissem as palavras dos profetas". Então os discípulos o abandonaram e fugiram. Só Pedro e João o seguiram de longe. 

O SINÉDRIO CONDENA JESUS À MORTE 

Os soldados levaram Jesus preso ao palácio do sumo-sacerdote Caifás, onde estava reunido o Sinédrio. Os príncipes dos sacerdotes e todo o Sinédrio procuravam algum falso testemunho contra Jesus, para o entregarem à morte, mas nada encontravam, embora se apresentassem muitas falsas testemunhas. Por fim, apareceram duas que declararam: "Ouvimos ele dizer: 'Posso destruir o templo de Deus e reedificá-lo em três dias. Destruirei este templo, feito pela mão do homem e em três dias edificarei outro que não será feito pela mão do homem". Mas as testemunhas não eram concordes. Então o sumo-sacerdote levantou-se e, em pé, no meio do Sinédrio, disse a Jesus: "Nada respondes aos que depõem contra ti?". Mas Jesus permaneceu em silêncio e nada respondeu. Então o sumo-sacerdote disse: "Eu te conjuro pelo Deus vivo que nos digas se és o Cristo, o Filho do Deus Altíssimo". Jesus respondeu: "Sou eu". Então o sumo-sacerdote rasgou as vestes, dizendo: "Blasfemou! Que necessidade temos de mais testemunhas? Acabais de ouvir a blasfêmia! Que vos parece?". Responderam: "É réu de morte!". 

PEDRO NEGA O SENHOR TRÊS VEZES 

Simão Pedro, que tinha seguido Jesus de longe, entrou no átrio do palácio e sentou-se com outros perto de uma fogueira, a aquecer-se. Então a criada que abriu-lhe a porta aproximou-se dele e disse: "Tu também andavas com Jesus da Galiléia". Pedro negou diante de todos, dizendo: "Não era eu, mulher. Eu não o conheço, nem sei do que falas". No mesmo instante o galo cantou. Pouco depois, enquanto se dirigia para a porta, outra criada reparou ele e disse aos que o cercavam: "Este também estava com Jesus de Nazaré". Pedro protestou pela segunda vez, jurando: "Não! Eu não conheço esse homem!". Passada quase uma hora, outro veio confirmar as suspeitas, afirmando: "Certamente este estava com ele pois é galileu!". Os assistentes se aproximaram e disseram-lhe: "Não há dúvidas! Também pertenceis a eles! Até se percebe pela fala!". Um dos servos do sumo-sacerdote, parente daquele a quem Pedro cortara a orelha, disse-lhe: "Então eu não te vi com ele no jardim?". Ainda desta vez Pedro negou, protestou e jurou: "Não conheço esse homem de quem falais". Ele ainda falava quando o galo cantou pela segunda vez. Nesse instante, Jesus virou-se e bateu o olhar em Pedro. Então o apóstolo lembrou-se da palavra que o Mestre lhe dissera: "Antes que o galo cante duas vezes, tu me negarás três vezes!". Pedro saiu do palácio e chorou amargamente. 

JESUS É RIDICULARIZADO E MALTRATADO 

Os criados que estavam guardando Jesus começaram a ridicularizá-lo e a maltratá-lo. Uns cuspiam-lhe no rosto e o feriam a punhaladas; outros vendavam-lhe os olhos e davam-lhe bofetadas, dizendo: "Profetiza agora, Cristo: quem te bateu?". E acrescentavam muitos outros ultrajes. Logo ao raiar do dia, os anciãos do povo, os príncipes dos sacerdotes e os doutores da Lei se reuniram e decidiram entregar Jesus à morte. Então Judas sentiu o remorso de o haver traído e foi devolver as trinta moedas de prata ao Sinédrio, dizendo: "Pequei ao entregar sangue inocente". Eles responderam: "E o que isso nos importa?. Judas arremessou o dinheiro no templo e, retirando-se, enforcou-se numa árvore. 

JESUS NA PRESENÇA DE PILATOS 

Os judeus levaram Jesus da casa de Caifás ao Pretório para o entregarem a Pôncio Pilatos, governador romano da Judéia. Pilatos saiu do Pretório e perguntou aos judeus: "Que acusação apresentais contra este homem?". Eles responderam: "Estava sublevando a nossa nação, proibindo de pagar o tributo a César e dizendo que ele é o Cristo Rei". Pilatos tornou a entrar no Pretório, chamou Jesus e perguntou-lhe: "És tu o rei dos judeus?". Jesus respondeu: "Dizes isto por ti mesmo ou foram os outros que te falaram sobre mim?". Pilatos respondeu: "Acaso eu sou judeu? A tua nação e os príncipes dos sacerdotes é que te entregaram nas minhas mãos. O que fizeste?". Jesus respondeu: "O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, certamente os meus soldados se esforçariam para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas o meu reino não é daqui". Então Pilato disse-lhe: "Logo, tu és rei". Respondeu Jesus: "Tu o dizes: eu sou rei". Então Pilatos foi ter com os judeus e disse-lhes: "Não encontro nele crime algum". Os príncipes dos sacerdotes e os anciãos apresentavam toda espécie de acusações contra ele, mas Jesus não repondeu nada. 

PILATOS QUER LIBERTAR JESUS 

Tendo chamado os príncipes dos sacerdotes, os magistrados e o povo, Pilatos disse-lhes: "Apresentaste-me este homem como perturbador. Interroguei-o na vossa presença e não encontrei nenhuma das culpa de que o acusais. Vou soltá-lo depois de o castigar". Havia um preso famoso chamado Barrabás. Era um ladrão e assassino, preso por ter cometido homicídio num motim. Quando a multidão se juntou, Pilatos perguntou: "A quem quereis que eu solte: Barrabás ou Jesus chamado o Cristo". Os príncipes dos sacerdotes incitaram o povo a pedir a libertação de Barrabás e pedir a morte de Jesus. O governador, falando outra vez, disse: "Qual dos dois quereis que eu solte?". O povo gritou: "Queremos Barrabás". Pilatos, que desejava libertar Jesus, disse: "O que farei com Jesus, chamado o Cristo?". Gritaram: "Crucifica-o! Crucifica-o!". Pilatos disse-lhes ainda: "Mas que mal ele fez? Não encontro nele causa alguma de morte". Mas os judeus gritavam cada vez mais: "Crucifica-o! Crucifica-o!". 

JESUS É FLAGELADO E COROADO DE ESPINHOS 

Pilatos, vendo que nada conseguia, mandou vir água e lavou as mãos diante da multidão, dizendo: "Estou inocente do sangue deste justo! A vós pertence toda a responsabilidade!". O povo gritou: "Que caia o seu sangue sobre nós e nossos filhos". Cedendo às exigências, Pilatos soltou Barrabás e mandou flagelar Jesus. Em seguida, os soldados levaram Jesus para o Pretório, despojaram-no de suas vestes e puseram-lhe sobre os ombros um manto escarlate; teceram uma coroa de espinhos e enterraram-na em sua cabeça; colocaram-lhe uma cana na mão direita e, dobrando o joelho, ridicularizavam-no, dizendo: "Salve, ó rei dos judeus". Cuspiam-lhe na face e, tirando-lhe a cana da mão, batiam-lhe com ela na cabeça. Depois, davam-lhe bofetadas. 

JESUS É CONDENADO À MORTE 

Então Pilatos mandou levar Jesus à presença do povo, com a coroa de espinhos e o manto púrpura. E disse aos judeus: "Eis aqui o homem". Mas logo que o viram, os judeus gritaram: "Crucifica-o! Crucifica-o". Disse-lhes Pilatos: "Tomai-o vós e crucifiquem-no porque eu não encontro nele crime algum". Responderam-lhe os judeus: "Se o soltas, não és amigo de César". Aterrado, Pilatos pronunciou a sentença de morte e entregou Jesus aos judeus, para que o crucificassem. 

JESUS É CRUCIFICADO 

Depois de tornarem a vesti-lo com suas vestes, os soldados levaram Jesus para ser crucificado. Carregando a sua cruz, Jesus saiu da cidade a caminho do monte Calvário, também chamado Gólgota. Com ele seguiam outros dois condenados, dois malfeitores, destinados ao suplício. Pelo caminho, encontraram um homem de Cirene, chamado Simão, que voltava do campo e o obrigaram a levar a cruz atrás de Jesus. No Calvário, Jesus foi crucificado, entre os dois ladrões, um à sua direita e o outro à sua esquerda. E Jesus orava: "Pai, perdoai-os pois não sabem o que fazem". Os soldados dividiram entre si as vestes de Jesus, tirando a sorte. Como a túnica era uma peça única, lançaram a sorte para ver a quem cabia. Junto à cruz do Senhor estava Maria, sua Mãe, e o apóstolo João. Jesus disse à Mãe: "Mulher, eis aí o teu filho". Depois disse ao discípulo: "Eis aí a tua Mãe". E a partir daquele momento o discípulo tomou Maria consigo. 

JESUS MORRE NA CRUZ 

Depois Jesus disse: "Tenho sede!". Um dos soldados molhou a esponja em vinagre, colocou-a na ponta de uma vara e chegou-a aos lábios de Jesus. Após provar o vinagre, Jesus disse: "Tudo está consumado!". Em seguida, exclamou em alta voz: "Pai! Nas vossas mãos entrego o meu espírito". Depois destas palavras, inclinou a cabeça e expirou. Imediatamente a terra tremeu, os rochedos racharam, os túmulos se abriram e muitos mortos ressuscitaram. O centurião e os soldados que estavam de guarda disseram: "Verdadeiramente este homem era o Filho de Deus!". 

JESUS É SEPULTADO 

Ao anoitecer, um dos soldados traspassou com a lança o lado de Jesus. E logo saiu sangue e água. Pouco depois, dois homens piedosos e estimados, José de Arimatéia e Nicodemos, desprenderam da cruz o corpo do Senhor. Envolveram-no em um lençol de linho fino e o colocaram em um sepulcro novo, aberto no rochedo. Rolaram uma grande pedra sobre a entrada do sepulcro. Os judeus selaram a pedra e puseram soldados a guardar o sepulcro." 

terça-feira, 8 de outubro de 2019

ESTUDO BÍBLICO | OS ÚLTIMOS DIAS DE JESUS

JESUS ENTRA TRIUNFALMENTE EM JERUSALÉM 

Naquele tempo, Jesus aproximou-se de Jerusalém e disse a dois dos seus discípulos: "Ide à aldeia que está a vossa frente e logo encontrareis uma jumenta e o seu jumentinho com ela. Desamarrai-os e me tragam. Se vos disserem alguma coisa, respondei que o Senhor precisa deles e logo os deixarão trazer". Os discípulos fizeram como Jesus lhes ordenou. Trouxeram a jumenta e o jumentinho, estenderam suas vestes sobre eles e montaram Jesus. Muita gente estendia no caminho suas vestes; outros cortavam ramos de árvores e punham sobre a estrada. E toda a multidão aclamava Jesus, dizendo: "Bendito o que vem em nome do Senhor". 

JESUS CHORA SOBRE JERUSALÉM 

À vista da cidade, Jesus chorou sobre ela e disse: "Ai! Se ao menos neste dia soubesses reconhecer aquele que seria a tua salvação! Dias virão em que os teus inimigos hão de te cercar por todos os lados, te destruirão completamente junto com os que se abrigam dentro de teus muros e não deixarão pedra sobre pedra porque não soubeste aproveitar o tempo da salvação". No dia seguinte, mostrando o templo e suas construções aos discípulos, disse-lhes: "Vedes este grandioso edifício? Em verdade vos digo: não ficará pedra sobre pedra". 

JESUS CELEBRA A ÚLTIMA PÁSCOA 

Na véspera da sua paixão, à tarde, Jesus pôs-se à mesa com os discípulos para comer o cordeiro pascal. A certo momento, levantou-se, colocou água numa bacia e começou a lavar os pés dos discípulos e a enxugá-los com uma toalha. Chegando a vez de Simão Pedro, este disse-lhe: "Senhor, vós irás lavar os meus pés?". Jesus respondeu: "O que eu faço tu não o sabes agora, mas irás saber depois". Disse-lhe Pedro: "Não permitirei que o faças". Jesus respondeu: "Neste caso, não terás parte comigo". Disse-lhe Simão Pedro: "Senhor, se é assim, então não me laveis só os pés, mas também as mãos e a cabeça". Tendo acabado de lavar os pés de todos os apóstolos, disse-lhes Jesus: "Compreendeis o que vos fiz? Dei-vos o exemplo para que o façais uns aos outros como eu vos fiz a vós". 

JESUS INSTITUI A SAGRADA EUCARISTIA 

Depois da refeição, Jesus tomou o pão, deu graças, partiu-o e o deu aos discípulos, dizendo: "Tomai e comei. Isto é o meu Corpo que é dado por vós". Da mesma forma, tomou o cálice, deu graças e o entregou aos discípulos, dizendo: "Tomai e bebei todos vós. Isto é o meu Sangue, o Sangue da nova e eterna aliança que será derramado por vós e por todos os homens para a remissão dos pecados. Fazei isto em minha memória". Jesus cumpriu assim a promessa que fizera, quando disse: "Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. O pão que vos darei é a minha própria carne para a vida do mundo. A minha carne é verdadeira comida e o meu sangue é verdadeira bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue está em mim e eu nele". 

JESUS DECLARA A TRAIÇÃO DE JUDAS 

Durante a ceia, Jesus disse: "Em verdade vos digo: um de vós há de entregar-me". Os discípulos começaram a olhar uns para os outros, perguntando entre si qual deles faria tal coisa. João, o discípulo predileto, estava encostado sobre o lado de Jesus. Simão Pedro perguntou-lhe por sinais: "De quem ele fala?". João reclinou-se sobre o peito de Jesus e perguntou-lhe: "Senhor, quem será?". Jesus respondeu: "Será aquele a quem eu der um pedaço de pão molhado". E, molhando o pão, entregou-o a Judas Iscariotes. Este disse: "Por ventura serei ei, Mestre?". Jesus respondeu-lhe: "Tu o disseste! O que tiverdes que fazer, faça-o depressa". Como Juda tinha uma bolsa, alguns julgaram que Jesus lhe dissera: "Compra o que for preciso para o dia da festa" ou "Dá algo aos pobres". Judas engoliu o pedaço de pão e Satanás tomou posse dele. Saiu imediatamente. Já era noite." 

segunda-feira, 7 de outubro de 2019

ESTUDO BÍBLICO | JESUS O BOM PASTOR

JESUS É O BOM PASTOR 

Naquele tempo, Jesus disse: "Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas suas ovelhas. Eu conheço as minhas ovelhas e as minhas ovelhas me conhecem e eu dou a vida pelas minhas ovelhas. Tenha também outras ovelhas que não são deste aprisco e importa que eu as traga; e elas ouvirão a minha voz e haverá um só rebanho e um só pastor". 

JESUS E A CONVERSÃO DOS PECADORES 

Os fariseus murmuravam contra Jesus, dizendo: "Ele recebe os pecadores e come com eles". Então Jesus contou esta parábola: "Qual de vós, tendo cem ovelhas e perdendo uma, não deixa as noventa e nove no deserto para correr atrás daquela que se perdeu até encontrá-la? E quando a encontra, coloca-a com alegria sobre os ombros e, entrando em casa, reúne os amigos e vizinhos e diz-lhes: 'Alegrai-vos comigo porque encontrei a ovelhinha perdida'. Eu vos digo: assim também haverá alegria no céu por um só pecador que faça penitência". 

PARÁBOLA DO FILHO PRÓDIGO 

Jesus disse: "Um homem tinha dois filhos e o mais novo disse ao pai: 'Pai, dai-me a parte dos bens que me pertence'. E o pai repartiu os bens entre eles. Passados alguns dias, o mais novo juntou tudo o que era seu e partiu para uma terra distante onde dissipou seus bens. Houve então grande fome nessa terra. E o rapaz, como já não tinha nada, colocou-se a serviço de um homem que o mandou para os campos tomar conta dos porcos. E ele queria saciar sua fome com a lavagem dos porcos, mas ninguém a dava. Caindo em si, disse: 'Retornarei para meu pai e direi: Pai, pequei contra o céu e contra vós. Já não sou digno de ser chamado vosso filho. Tratai-me como um de vossos servos'. E pôs-se logo a caminho. Seu pai avistou-o ainda de longe e, cheio de compaixão, correu ao seu encontro para abraçar e beijar. Disse-lhe o filho: 'Pai, pequei contra o céu e contra vós. Já não sou digno de ser chamado vosso filho'. Mas o pai disse aos criados: 'Trazei depressa as vestes mais preciosas e dai-lhe; coloque-lhe um anel no dedos e sandálias nos pés. Matai um cordeiro gordo para fazermos um banquete porque este meu filho estava morto e reviveu, andava perdido e foi encontrado". 

JESUS AMA AS CRIANÇAS 

Traziam também a Jesus as criancinhas para que lhes impusesse as mãos e orasse sobre elas. Os discípulos queriam afastá-las, mas Jesus disse: "Deixai vir a mim os pequeninos e não os afasteis porque o reino dos céus é deles e dos que se parecem com eles". E pegava nelas ao colo, impunha-lhes as mãos e abençoava-as. Um dia os discípulos perguntaram-lhe: "Mestre, quem será o maior no reino dos céus?". Jesus chamou uma criancinha e, colocando-a no meio deles, disse-lhes: "Em verdade vos digo: se vós não vos converterdes e não vos tornares como crianças, não entrareis no reino dos céus". " 

domingo, 6 de outubro de 2019

CONSELHOS EVANGÉLICOS | VIDA CARMELITA EREMITA


   Louvados sejam Nosso Senhor Jesus Cristo e sua Mãe a Virgem Maria, Senhora Nossa. 
   Tudo bem com vocês?

Os conselhos evangélicos são aspectos da vida de Cristo pelos quais os religiosos católicos vivem a restrita uniformização com Cristo, na tentativa de se tornarem "novos Cristos" para a Igreja. Os conselhos evangélicos são seguidos pelos consagrados mediante votos professados em institutos de vida religiosa, Eremitas ou em institutos seculares. Através destes votos, os religiosos seguem as constituições dos seus respectivos institutos, vivendo os conselhos evangélicos segundo o carisma de seu grupo religioso. Os Votos mais comuns são os votos de pobrezacastidade e obediência.
O grau de seguimento e cumprimento destes conselhos evangélicos varia de instituto para instituto, sendo as ordens religiosas mais austeras, onde os Votos são professados solenemente. Isto em oposição às congregações religiosas, que só obrigam os seus membros a professarem os votos na sua versão mais simples. A diferença mais marcante destas duas versões está no cumprimento do voto da pobreza.
A teologia dos conselhos evangélicos ou a teologia dos votos religiosos nos apresenta como fundamento a teologia do coração indiviso (LG 42), pois para a vivência destes é necessário a entrega total do ser nas mãos de Deus, uma vez que a pessoa de Cristo se doa na sua totalidade.
Os conselhos evangélicos têm sua origem divina, mais exatamente, cristológica. Estão fundamentados nas palavras e exemplos de Jesus. Tem sua origem divina na doutrina e nos exemplos de Jesus, isto quer dizer, que se fundam em sua vida, em toda sua vida. A vida e a doutrina de Jesus estão na base de toda forma de vida cristã, e de maneira especial, na base da vida consagrada. Eles não são obrigados aos cristãos todos, muito menos lhes é prerrogativa de uma vida mais ou menos santa, apenas são obrigados àqueles que livremente optarem por seguir para atingirem não só a salvação (e portanto a santidade), mas também a perfeição.
São eles: 
  • Pobreza - seguindo Cristo que sendo rico e todo-poderoso se fez pobre por amor incondicional aos homens. Logo, por meio deste voto, os que prometeram cumpri-lo não podem mais ter bens pessoais, renunciando aos bens que já tinham e dispensando tudo o que venha a ter como posse e tudo o que por força de trabalho precisarem ter é apenas propriedade do seu instituto religioso. Normalmente, esta visão é defendida pelas ordens religiosas, enquanto que as congregações religiosas têm uma visão menos austera e mais simples do voto da pobreza, permitindo assim aos seus membros a posse, mas não o uso, de bens pessoais.
  • Castidade (através do celibato) - cuja finalidade é os professados terem um coração indiviso para Deus, fazendo-os seguir por isso a continência.
  • Obediência - todo aquele que for superior de um instituto religioso ou de alguma parte do mesmo passa automaticamente a ter grande autoridade sobre os professados. No caso da vida Eremítica esse acontece ao seu Diretor Espiritual.