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terça-feira, 15 de outubro de 2019

SOLENIDADE DE SANTA TERESA DE JESUS

Celebramos hoje a Solenidade de Santa Teresa de Jesus, Mestra, Doutora e Fundadora do Carmelo Descalço. Hoje conhecemos, sua humanidade, sabedoria, alegria,determinação, e santidade.
O padre João de Ribeira S.I. seu primeiro biógrafo descreve seu semblante da seguinte maneira:
“Tinha boa estatura, e na sua mocidade fora bonita, e mesmo depois de velha conservava-se muito bem, o corpo avultado e muito branco, o rosto redondo e cheio de bom tamanho e proporção, a cor branca e encarnada, e quando estava em oração ficava inflamado, e se tornava belíssima; todo ele limpo e agradável; o cabelo preto e crespo, a fronte ampla, igual e bonita, as sobrancelhas ruivas tendentes ao preto, grandes e um pouco grossas, não muito arqueadas, mas algo planas. Os olhos negros e redondos, um pouco empapuçados (é assim que os chamam e não saberia como melhor explicar), não grandes, mas bem dispostos, vivos e graciosos, que, ao rirem, todos riam e expressavam alegria , e por outro lado bem sérios, quando ela queria mostrar no rosto seriedade. O nariz era pequeno e no meio não era muito alto. Tinha uma ponta arredondada e um pouco inclinada para baixo; as narinas algo arqueadas e pequenas; a boca, nem grande nem pequena; o lábio superior, fino e reto: o inferior, grosso e um pouco caído, bem agraciado e colorido; muito bons os dentes… as orelhas, nem pequenas nem grandes; o pescoço grosso e curto e um pouco encravado; as mãos pequenas e muito bonitas. Do lado esquerdo da face tinha três pequenos lunares que lhe proporcionavam muita graça, um pouco abaixo da metade do nariz, outro entre o nariz e a boca e o terceiro debaixo da boca. Esses pormenores eu os conheci com pessoas que, mais do que eu e por mais tempo, se puseram muitas vezes a fitá-la. No conjunto parecia muito bonita e boa postura no andar, e era tão amável e agradável que todas as pessoas que a olhavam ficavam comumente muito comprazidas. Enquanto vivia, foi feito um retrato seu, por ordem de seu Provincial, o Frei Jerônimo Gracian; o retrato foi pintado pelo irmão leigo João da Miséria. O que fez Gracian foi ótimo, não tanto a escolha do pintor, que podia ter sido melhor, visto que na Espanha os havia para retratar pessoa tão ilustre mais ao vivo para consolo de muitos” (pg 323-324)
Mas quem foi Teresa de Jesus?
Teresa nasceu em Ávila, na Espanha, em 1515 e foi educada de modo sólido e cristão, tanto assim que, quando criança, se encantou tanto com a leitura da vida dos santos mártires a ponto de ter combinado fugir com o irmão para uma região onde muitos cristãos eram martirizados; mas nada disso aconteceu graças à vigilância dos pais.
Aos vinte anos, ingressou no Carmelo de Ávila, onde viveu um período no relaxamento, pois muito se apegou às criaturas, parentes e conversas destrutivas, assim como conta em seu livro biográfico.
Certo dia, foi tocada pelo olhar da imagem de um Cristo sofredor, assumiu a partir dessa experiência a sua conversão e voltou ao fervor da espiritualidade carmelita, a ponto de criar uma espiritualidade modelo.
Foi grande amiga do seu conselheiro espiritual São João da Cruz, também Doutor da Igreja, místico e reformador da parte masculina da Ordem Carmelita. Por meio de contatos místicos e com a orientação desse grande amigo, iniciou aos 40 anos de idade, com saúde abalada, a reforma do Carmelo feminino. Começou pela fundação do Carmelo de São José, fora dos muros de Ávila. Daí partiu para todas as direções da Espanha, criando novos Carmelos e reformando os antigos. Provocou com isso muitos ressentimentos por parte daqueles que não aceitavam a vida austera que propunha para o Carmelo reformado. Chegou a ter temporariamente revogada a licença para reformar outros conventos ou fundar novas casas.
Santa Teresa deixou-nos várias obras grandiosas e profundas, principalmente escritas para as suas filhas do Carmelo : “O Caminho da Perfeição”, “Pensamentos sobre o Amor de Deus”, “Castelo Interior”, “A Vida”. Morreu em Alba de Tormes na noite de 15 de outubro de 1582 aos 67 anos, e em 1622 foi proclamada santa. O seu segredo foi o amor. Conseguiu fundar mais de trinta e dois mosteiros, além de recuperar o fervor primitivo de muitas carmelitas, juntamente com São João da Cruz. Teve sofrimentos físicos e morais antes de morrer, até que em 1582 disse uma das últimas palavras: “Senhor, sou filha de vossa Igreja. Como filha da Igreja Católica quero morrer”.
No dia 27 de setembro de 1970 o Papa Paulo VI reconheceu-lhe o título de Doutora da Igreja. Sua festa litúrgica é no dia 15 de outubro. Santa Teresa de Ávila é considerada um dos maiores gênios que a humanidade já produziu. Mesmo ateus e livres-pensadores são obrigados a enaltecer sua viva e arguta inteligência, a força persuasiva de seus argumentos, seu estilo vivo e atraente e seu profundo bom senso. O grande Doutor da Igreja, Santo Afonso Maria de Ligório, a tinha em tão alta estima que a escolheu como patrona, e a ela consagrou-se como filho espiritual, enaltecendo-a em muitos de seus escritos.
Santa Teresa de Ávila, rogai por nós!
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Nada te turbe,
Nada te espante;
Quien a Dios tiene
nada le falta.
Nada te turbe,
Nada te espante;
Sólo Dios basta.

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