TRABALHO INTELECTUAL -
Traduzido ao português pelo Ir. José Crucificado de Jesus Hóstia - EREMITA
ESSE POST É DESTINADO AOS VOCACIONADOS A VIDA EREMITA (principalmente diocesano).
Diletos irmãos em Cristo, diante da pouca demanda da vocação Eremita algumas dioceses impõe normas e estatutos para os aspirantes à esse estilo de vida, digamos mais radical; as dioceses não necessariamente tem a necessidade e as vezes, infelizmente, o desejo de congregá-las aos Ramos de Vida Consagrada do Direito Diocesano.
Iremos retratar a visão de arquidiocese ao acolher os eremitas e o que o esperam.
O artigo em questão é da Arquidiocese de Tarragona na Espanha, lugar acolhedor as vocações oriundas ao eremitismo. Valendo salientar de que como todos sistema tem seus lados positivos e negativos e neles são abordados alguns pontos como eremitas que se guiam pela luz solar, pela posição do sol, para desempenhar seus trabalhos e orações... (uma vez que é a provedora de mantimentos perecíveis e não é a diocese em questão, para que não entre em extravio e empobreça a beleza da vida da Solidão com Deus) .
Lembrando que no Brasil há a restrição à Vida Eremítica e que cada diocese se dispõe de uma pedagogia diferente na eleição, avaliação e admissão dos noviços a essa rica e tão vasta espiritualidade.
(PARA ACESSAR O DOCUMENTO ORIGINAL EM ESPANHOL ACESSE : LINK)
Decreto de 10 de Janeiro de 2006, por ele se aprovam os
Estatutos da vida eremítica no âmbito de nossa arquidiocese
Dada a necessidade de proceder à
revisão dos estatutos da vida eremítica vigente em nossa arquidiocese,
adaptá-los ao momento presente, todos reunindo a experiência dos anos em que
estiveram em vigor, tendo em vista o novo projeto de estatutos da vida eremítica
apresentado Pe. Eduard Canals Casas, a quem foi confiada a atenção a esta área
da vida diocesana, fez as consultas pertinentes ao Ministério Público para o
estudo dos estatutos e regulamentos das associações, fundações e outras
entidades ou organismos eclesiais e do prelado da Vida Consagrada. Por este
decreto, eu aprovo os estatutos anexos da vida eremita no âmbito de nossa
Arquidiocese, que substituem aqueles que até então estiveram em vigor.
Ele decretou e assinou o Exelm. e Revdm. Arcebispo de Terragona
† Jaume Pujol Balcells
Arcebispo Metropolitano de Tarragona e Primaz
Diante de mim,
Joaquim Claver Caselles
Secretário Geral e Chanceler
CHAMADO AO DESERTO
1. O Espírito Santo que fecunda a Igreja com seus dons e
carismas, já nos primeiros séculos suscitou entre os crentes homens e mulheres
chamados a seguir a Jesus de Nazaré no deserto [profundo] da solidão, do
silêncio, da oração, e da contemplação, imitando seu estilo de vida austera e
penitente durante quarenta dias e quarenta noites, antes de começar sua vida
pública itinerante para anunciar a boa nova do reino de Deus.
2. Este estilo de vida anacoreta, tão presente na
primitiva Igreja com os Padres do deserto (Antônio, Pacômio, Pablo, Hilarion,
etc), que define muito bem o perfil próprio da vida anacoreta, fiel ao Jesus
do evangelho orando na montanha, foi a primeira forma de vida consagrada
reconhecida pela comunidade cristã, junto com as virgens dedicadas ao serviço
de seu único Senhor e de seus irmãos e irmãs do mundo.
3. Nunca faltou na Igreja famílias religiosas com
uma espiritualidade eremítica (Os Camaldulenses, a Cartuxa, o Carmelo, Charles
de Foucald ...), e é o Espírito, sempre presente e atuante, que
continua chamando alguns seguidores de Jesus e do Evangelho, levados pelo amor
indivisível a Ele , a viver no deserto para dedicar “ sua vida ao louvor de
Deus e a salvação do mundo através de uma separação mais estrita do mundo, o
silêncio da solidão assídua e a penitência” (CIC, c. 603).[grifo meu Ir. José]
4. Na Igreja do Ocidente, desde alguns anos, volta a estar
vivo este carisma da vida eremítica, com a radicalidade genuína do monarquismo
mais primitivo. Esta recuperação da vida anacoreta, não há dúvida, é uma
graça e um dom do Espírito a Igreja em geral, em um processo de renovação da
vida consagrada. Há que recordar que nossa Igreja de São Paulo e São Frutuoso
foi em outro tempo uma das vanguardas da vida eremítica sobretudo em Montisant
e Samunta, como em outros lugares. E por isso, hoje, quer ser continuadora
daqueles eremitas que se estabeleceram em nossas montanhas e ser sal e fermento
do Reino nestes tempos.
5. Nossa Mãe Igreja e estimada, traz o reconhecimento
oficial desta forma de vida consagrada por parte da Igreja universal (CIC, C.
603) e depois de uns anos de experiência com os estatutos aprovados ad
experimentum em 29 de Abril de 1986, quer reconfirmar oficialmente a
perpetuidade deste estilo de vida consagrada e evangélica, quer dizer, o
caminho pessoal do monge ou monja eremita que, no silêncio contemplativo, busca
a alegria de amar, adorar, louvar e bendizer ao Pai de Nosso Senhor Jesus
Cristo orando por seus irmãos e irmãs do mundo e evitando possíveis pseudo eremitas,
dos quais tampouco se via livre o eremitismo os Padres do deserto.
O CARISMA DO DESERTO
6. Para que a vida eremítica tenha o reconhecimento
conveniente e sua validez a nossa Igreja, será necessário que tenha como base
um compromisso sério e público da vida cristã e consagrada, empapada de oração
contemplativa, de silêncio e solidão, de austeridade e pobreza, de virgindade
por amor ao Reino e de disponibilidade evangélica dos Padres do deserto, e
também com a atual normativa canônica da Igreja e as orientações destes
Estatutos.
7. Este carisma próprio do monge ou monja eremita
é, no mundo de hoje uma interpretação a nossa sociedade do bem-estar pela forma
radical de viver os valores do evangelho das bem-aventuranças. Tudo isso, que é
a obra e graça do Pai do Céu, faz com que o eremita antecipe e acelere a vinda
do Reino em nosso mundo, sem ser do mundo.
8. O eremita, levado por um amor apaixonado a Jesus Cristo,
está presente, porém de maneira muito original, em nosso mundo, situando-se com
sua contemplação no coração mesmo da Igreja, e muito perto de Jesus, o Senhor
Ressuscitado, que veio, está conosco e tem que vir. Esta contemplação,
todavia, não lhe faz sentir-se estranho na criação, nem aos irmãos, porque o
Espírito que faz novas todas as coisas, humaniza o coração contemplativo,
fazendo-o mais fraterno, solidário e acolhedor.
9.Este estilo de vida monástica e eremítica tem como espaço
o lugar de realização: o silêncio e solidão do deserto mais profundo, de acordo
com as palavras bíblicas: “Te levarei ao deserto e falarei ao coração”. Este
deserto é um dom do Espírito que cria as condições necessárias de silêncio e
solidão para escutar a palavra, e isto seja na montanha ou na cidade; fazendo da
cidade o próprio deserto, graças ao Espírito, porém sempre com uma separação
mais estrita do mundo” (CIC,c.603), característica própria do anacoreta.
10. Este deserto ao que o Espírito leva o eremita pede a
devida estabilidade, garantia de autenticidade. O Eremitismo itinerante (tombaire no
original), já sabemos o suficiente, é um sinal claro de que não é o Espírito de
Deus que levou este cristão ao deserto. Por isso, uma vez eleito o lugar onde
quer viver seu chamamento ao deserto, o eremita não mudará sem falar com o
Arcebispo ou com seu prelado, depois de fazer o devido discernimento pessoal.
11. Estas normas ou orientações gerais querem ajudar a discernir, tanto para o
bem da Igreja diocesana como para ele, o eremita mesmo, o que em nossa Igreja
de Tarragona se entende e se reconhece como vida eremítica ou anacoreta, sem
tentar afogar o Espírito que suscita em sua Igreja novas formas de vida
evangélica de acordo com as necessidades dos tempos.
Queremos estar sempre
abertos e atentos a este Espírito que faz novas todas as coisas.
NORMAS DE VIDA
12. Os eremitas e as eremitas, com seu seguimento de Jesus
do Evangelho, virgem, pobre e disponível, “mostram a cada um este aspecto
interior do mistério, da Igreja, que é a intimidade pessoal com Cristo”.
Escondida aos olhos dos homens, a vida do eremita é
pregação silenciosa daquele a quem a quem deu a vida, porque, para ele, isso é
tudo. Se trata de um chamamento particular a encontrar no deserto e no combate
espiritual a glória do Crucificado (Catecismo da Igreja Católica 921).
13.Como a vida supera todas as leis, e apesar de que este
chamado pessoal seja plenamente autônomo, a Igreja estabelece para a vida
eremítica uma norma de vida própria e pessoal, sob a guia do Bispo Diocesano
(cf. CIC, c. 603 § 2), que é seu superior legítimo.
14.Esta norma de vida evangélica se converte em pública,
pela profissão dos conselhos evangélicos, nas mãos do Arcebispo, já seja em
forma de voto ou de promessa, depois do discernimento imprescindível e a
formação necessária.
15. Esta norma de vida vai concretizar o compromisso pessoal com
a oração, que o leva a “intimidade pessoal com Cristo” (Catecismo n. 921). O monge
ou monja, fiel ao sacerdócio real do Batismo, faz de sua vida uma liturgia
constante, dedicando-se totalmente ao a Louvor de Deus. Toda sua vida de fé se
nutre de oração que faz crescer no conhecimento, o desejo e a amizade de Jesus,
o Senhor.
“A contemplação das coisas divinas, a assídua união com Deus
na oração devem ser o dever primeiro e principal de todos” (CIC,c.663) os que
consagram a Deus sua vida. Mas do que dedicar um tempo a oração cada dia, o
eremita converte todo dia em oração. E é um convite constante a presença
sacramental e familiar do Senhor na ermida, com a devida autorização, e uma
ajuda reconfortante a comunhão diária, comungando em uma pausada celebração
litúrgica da Palavra, na hora mais adequada.
16.Esta oração contemplativa e constante dará um sentido de
transcedência e esperança cristã em toda sua vida, fazendo que esteja aguardando a vinda do Senhor Jesus, de quem se apaixonou e por quem há deixado
tudo. São uma ajuda a Liturgia das Horas, a Lectio Divina, etc. E lhe dá
sobretudo a oração litúrgica, um sentido profundo da Igreja, já que o faz
sentir em solidariedade e comunhão com os irmãos e irmãs, orando constantemente
ao Pai pela salvação do mundo.
17. A própria norma de vida deve marcar os limites do
deserto pessoal ou separação do mundo (cf. CIC, c. 603 § 1) -relações
familiares e sociais-, já que o deserto é com seus silêncio e solidão, a
experiência cristã mais característica do eremita, um deserto é, com seu silêncio
e solidão, a experiência cristã mais característica do eremita, um deserto onde
Deus fala ao coração da pessoa e onde há que fazer silêncio para escuta-lo,
como Maria, a mãe de Jesus, que acolhia em seu coração contemplativo a Palavra
do Senhor.
18. As relações humanas, familiares e sociais do
eremita serão sempre fraternas, cordiais, empapadas de simplicidade e de
caridade evangélica. Terá dos acontecimentos tão somente aquela informação
necessária que lhe ajude a rezar mais intensamente por seus irmãos e irmãs do
mundo.
19. Com um constante discernimento no Espírito, o eremita
verá que estorva o verdadeiro silêncio e rompe a solidão do deserto onde
aceitou viver seguindo o chamamento deste mesmo Espírito, e isso tanto como nas
visitas, correspondências, telefonemas, viagens ou saídas da
ermida.
20. “Escondida aos olhos dos homens, a vida do eremita é
pregação silenciosa daquele a quem deu a vida, porque para ele isso é tudo”
(Catecismo da Igreja católica, n.921).
Este é seu carisma e esta é sua missão eclesial. Assim pois,
não formará parte de organizações pastorais, diocesanos ou paroquiais, nem
levará habitualmente a cabo nenhum tipo de atividade catequética nem social
organizada, coisas que em si são boas, as correspondem a outros carismas na
Igreja. Isto não quer dizer que, em caso de necessidade, por
ausência do presbítero, e com o consentimento habitual do Arcebispo, não possa
animar a assembleia eucarística e levar a comunhão aos enfermos da paróquia e
poderá ocasionalmente ser convocado a reuniões adequadas, para dar testemunho
de sua opção pelo deserto. Ainda que sua presença “ seja escondida aos olhos
dos homens” como membro que é por sua consagração a Igreja diocesana, constará
na Guia do Arcebispado, com a direção postal de sua ermida.
21.O acolhimento tão próprio dos Padres do Deserto, pratica
o eremita segundo o espírito amigável e evangélico que deve animar sempre sua
vida; também, porém com essa com essa prudência que o faz fugir das visitas de
curiosos e os profissionais da informação, que não são as vezes uma boa ajuda
para sua vida de silêncio e solidão.
22.A acolhida por alguns dias de alguma comunidade
contemplativa conhecida pode ser uma boa ajuda para reafirmar seu propósito de
fidelidade ao chamamento pessoal ao deserto e edificar mutuamente, e mais ainda
se é com pertence a um instituto de vida consagrada de acordo com o que
faz esta experiência mística.
23.Quando por necessidade ou caridade deva deixar a ermida
durante quinze dias ou mais, o fará conhecer ao Arcebispo, pela guia que
do que há de viver, ou a seu delegado. E isto, não por ver-se limitado ou
limitada, em sua liberdade, senão para sentir-se confirmado ou confirmada nesta
fidelidade ao próprio carisma de silêncio e de deserto.
24.A mesma forma de vida do anacoreta determina de que
maneira viver o sentido cristão da penitência. Se “todos os fiéis, cada um à
sua maneira, estão obrigados pela lei divina a fazer penitência” (CIC,c.1249),
o eremita faz, da penitência, segundo a definição eclesial de vida eremítica (b.f.
CIC,c.603),um traço fundamental de sua opção pelo deserto
25. Esta penitência se concretiza em um estilo de vida
pobre em tudo, sem seguranças temporais, sem comodidades, sem companhia. Uma
vida necessariamente obrigada a lei do trabalho, fiel a sentença monástica “ora
et labora” para ganhar-se o pão de cada dia. Este estilo penitente vai levando
o eremita na conversão do coração, a uma austeridade de pobre, a uma confiança
total no Pai celestial que cuida das flores do campo e dos pássaros do bosque,
e a plena liberdade vai levando o eremita na conversão do coração, a uma
austeridade de pobre, a uma confiança total no Pai celestial que cuida das
flores do campo e dos pássaros do bosque, e na plena liberdade dos filhos de
Deus.
26. Com este sentido de penitência, o eremita se ajustará a
seu horário pessoal que apresentará a aprovação do Arcebispo ou de seu
delegado. O horário dará prioridade aos espaços de oração, as horas obrigadas
do trabalho e ao tempo de descanso necessário, assim como as possíveis idas
para visitar a família para cumprir com os deveres de piedade filial o de
relações familiares. O horário lhe ajudará a aproveitar o tempo evitando a
ociosidade, dando, todavia, espaço para aqueles imprevistos impossíveis de
programar que vem exigidos pela educação ou a caridade. Este horário pode ser
diferente segundo a época do ano, já que normalmente alguns se regem pelas
horas do sol
27. Se recomenda que em certas festas e tempos litúrgicos
intensifique esta compunção do coração com vigílias de oração e dias de jejum
mais intenso sempre havendo feito o devido discernimento e com conselho de seu
Diretor espiritual.
28. Com fidelidade a esta “norma pessoal de vida”, segundo a
orientação do Arcebispo, o eremita “encontrará no deserto e no combate
espiritual a glória do Crucificado” (cf. Catecismo da Igreja Católica,921)
".
O ITINERÁRIO DO DESERTO
Discernimento
29. O discernimento, como nos tempos dos primeiros Padres do
deserto, devem acompanhar o eremita em sua opção por esse estilo de vida
evangélica no seguimento de Cristo. É que a vida eremítica é uma graça de
vocação cristã que leva consigo uma forte exigência de oração pessoal, de
silêncio contemplativo, de solidão e penitência.
Isso exige da pessoa batizada que se crê chamada a este
estilo de vida na Igreja, que faça um sério discernimento desse chamado antes
de tomar alguma decisão. Se é membro de uma família religiosa, necessita, nem é
preciso dizer, da autorização escrita de seu superior competente e aceitar
estes estatutos no tempo em que viver como eremita na nossa diocese. Essa
decisão deve ser acompanhada de uma longa reflexão e de uma intensa oração para
ver quais são os caminhos de Deus.
30. A pessoa que se sente chamada a este estilo de vida
evangélica terá seu diretor espiritual, que pode ser também outro eremita com
experiência que te ajude nesse discernimento e formação inicial.
31. Ajuda a esse discernimento também de assimilar tudo o
que temos dito do carisma do deserto, conhecer as possibilidades de desvios,
impróprio do autêntico eremitismo, segundo a doutrina dos Padres do deserto,
quer dizer: a independência de todo vínculo eclesial, a vontade própria, o
fechamento nos próprios interesses e a piedade pessoal, a impermeabilidade de
frente aos demais estando a frente de todos, o orgulho espiritual para dizer-se
fiel ao evangelho, instalar-se em uma vida fácil e medíocre mantendo aparências
de pobreza e solidão que não são outra coisa que romanticismo, etc.
32. Ao fazer o discernimento necessário, há que ter
presente que o eremitismo, ou melhor o pseudo eremitismo, pode ser o recurso
momentaneamente fácil para pessoas inquietas, inconstantes, instáveis,
imaturas, ou descontentes de tudo. Ainda assim se lhes pode admitir a um
tempo de experiência, porém velando pelas exigências deste estilo de vida. Isto
ajudará a ver que não é este o chamado de Deus.
Se se trata de uma pessoa que a
que o Arcebispo duvida que seja chamada pelo Senhor a esta vida de deserto e de
silêncio, a experiência ajudará a discernir se é uma verdadeira vocação ou o radicalismo
de um novo convertido.
Formação
33. A formação inicial, que com a orientação do Arcebispo ou
de seu delegado, durará ao menos três anos, compreenderá, em primeiro lugar,
uma ascética firme e constante fidelidade a oração, a solidão, ao silêncio, a
escuta de Deus, evitando possíveis evasões piedosas, como podem ser excessivas
leituras espirituais.
34. Tanto podemos dizer que essa formação compreenderá
também os aspectos bíblicos, catequéticos e teológicos, espirituais e
históricos necessários para iniciar-se a vida monástica eremítica, segundo a
capacidade e o nível já conseguido pelo aspirante. A pessoa que não vem de
um instituto religioso, e por tanto sem experiência da vida consagrada, convêm
que não viva sozinha no eremitério antes que experimente a vida comunitária de
algum mosteiro que benevolamente te acolha durante um tempo conforme a seu
gosto, com trabalho pessoal a mudança da acolhida.
35. A formação nem precisa dizer que deve ser permanente e
sem desânimo. Podem ajudar as reuniões fraternas, convocadas ocasionalmente
pelo Arcebispo ou por seu representante, sobretudo nos tempos fortes da
liturgia, que o eremita deve viver intensamente, nesse estilo de vida na
solidão são muito necessários esses encontros para ter diálogo e contraste de
experiências e, sobretudo a colaboração em comum com pessoas que fizeram essa
mesma difícil opção.
Estas reuniões gerais não excluem nem impedem a visita fraternal,
discreta e edificante entre as pessoas que fizeram essa mesma opção pelo
deserto.
Compromisso
36. Passado este tempo de discernimento, de formação e de
prova, o Arcebispo reconhece ao eremita como consagrado a Deus na Igreja,
mediante a profissão pública dos três conselhos evangélicos (cf. CIC, 603 § 2),
seja com votos ou promessas e, em um primeiro momento pelo prazo de três anos,
depois disso a forma definitiva. Se é membro professo perpétuo, fica
incorporado na nossa diocese, devendo notificar a seu bispo anterior. Alguns
outros segundo a lei da Igreja para as pessoas consagradas “antes da profissão
perpétua, farão um testamento que seja válido também segundo o Direito civil”,
(CIC, c.668 § 1).
37. Essa profissão pública ou promessa especial nas
mãos do Arcebispo se fará tanto como seja possível, a paróquia a que pertence o
eremitério, dentro da celebração eucarística e diante da comunidade cristã do
lugar, de maneira que o eremita se sinta vinculado a Igreja diocesana através
da comunidade paroquial.
38. A Igreja local, por sua parte através do
Arcebispado ou de seu delegado buscará os lugares idôneos para viver os fies
chamados pelo Espírito, com a estabilidade necessária própria deste estilo de
vida consagrada, e com um convênio escrito com o Arcebispado que concretize as
condições da ocupação e estadia, se o eremitério é da diocese, ou com o
proprietário do lugar. O lugar pode ser uma ermida da diocese, ou uma abadia de
alguma paróquia rural ou urbana. Se admite também a criação de Lauras
tradicionais como nos tempos do deserto contemplativo, porém com a
independência própria de cada eremita, que vive “sua própria forma de
vida”.
39.O Arcebispo ou seu representante tem o compromisso de
velar por essas pessoas que, aceitando as normas estabelecidas nestes
Estatutos, façam opção pelo monarquismo eremítico, velarão por sua vida
espiritual, sua saúde física e estado de ânimo e estarão atentos aos problemas
que possam surgir neste estilo de vida evangélica
O Arcebispo e o eremita buscarão juntos a solução aos
problemas de assistência sanitária e velhice, procurando que não sejam
incômodos para ninguém, pondo sempre, todavia a confiança na providência do Pai
que temos no céu. Estarão de acordo quanto aos gastos, conservação e manutenção
do eremitério, tendo em conta que a presença do eremita é uma garantia de
segurança e manutenção para o lugar que ele ocupa.
40. O compromisso do eremita é viver com generosidade
constante e renovada no seguimento de Cristo, com uma vivência fiel dos
conselhos evangélicos, professados de maneira pública e eclesial. Este conselho
evangélico será vivido como expressão de amor a Jesus Cristo, como expressão de
amor a Jesus Cristo e na esperança Nele, que o chamou ao silêncio contemplativo
do deserto para “falar-te ao coração”.
41. A virgindade por amor ao reino do céu é um compromisso
de amor apaixonado a Jesus Cristo que faz com que o eremita O busque acima de
tudo, ainda que sem fazer-se singular aos demais as realidades temporais nem
aos eventos sociais, que dê com alegria e esperança um testemunho de amor total
e universal ao Pai e aos irmãos
Demonstrará que hoje e aqui o Senhor pode encher e
transbordar de amor toda uma vida, eliminando egoísmos e fechamentos estéreis.
Será, também um testemunho pascal das realidades que hão de vir e serão
definitivas nesse estado de ressuscitados, “quando os homens não terão mulher
nem as mulheres terão marido”.
42.A pobreza eremítica é um compromisso radical que reduz os
gastos aos mínimos indispensáveis quanto a casa, a manutenção, as viagens, etc.
Já que para o monge ou monja eremita a única riqueza há de ser aquele que enche
o coração de quem o busca. Viverá da única riqueza do fruto do seu
trabalho, trabalho que o eremita fará no eremitério ou ao seu redor dedicando
as horas do labor necessárias para tirar o seu abastecimento e que lhe sirva
também de descanso, porém sem a inquietude que tira a paz do coração. Há que
cuidar para que o trabalho não tire o tempo assinalado para a oração e se
converta em uma dissipação perigosa quando se sente a desconsolada solidão do
deserto.
Sem estar nunca ocioso ou ociosa, dará sempre um testemunho
de confiança no Pai que está no céu e que é a fonte de toda subsistência.
Compartilhará com os pobres e necessitados o fruto de seus trabalhos. Ao menos
uma vez por ano fará uma revisão com o Arcebispo ou seu delegado, seus gastos,
e isso não por uma necessidade de controle, senão para discernir esta
fidelidade a pobreza evangélica tão própria da vida anacoreta.
43. A obediência será, ainda que pareça fora do sentido, é
um compromisso evangélico que determinará e garantirá o autêntico monge ou
monja eremita. Buscar sempre e em tudo a vontade do Pai é uma exigência talvez
mais forte em um homem ou mulher que vive no deserto e que mais facilmente,
quem sabe, pode fazer sua vontade. Esta obediência é docilidade as moções do
Espírito e se concretiza em uma submissão a orientação do Arcebispo, segundo
sua norma própria, em também aos conselhos e orientações do diretor espiritual.
Essa docilidade são traços característicos que acreditam ser de uma verdadeira
vida monástica e eremítica, dentro da liberdade e autonomia próprios deste
estilo de vida. É também sobretudo, fidelidade ao evangelho de Jesus, com a
docilidade de Maria de Nazaré, que dizia: “ Faça-se em mim segundo a tua Palavra.
”
44. O eremita tem o compromisso, também, de ser uma pessoa
plena e contagiosa de alegria pascal, do gozo evangélico do Reino, similar a
daquele homem que encontra um tesouro escondido no campo, e “ cheio de alegria,
vai vender tudo o que tem e compra aquele campo” (Mateus 13,44).
O eremita encontrou esse tesouro escondido. Por cima de
tudo, busca aquele que é fonte de alegria e que sempre caminha com Ele, se
esforça a viver para Ele, que chamou para viver as bem-aventuranças com uma
fidelidade generosa e total ao Espírito. Jesus o primeiro eremita que viveu, o
acompanha com seu exemplo, sua força e sua esperança. E isso o faz sentir feliz
em meio das incompreensões e críticas da gente por sua aparente inutilidade
pastoral.
Como contemplativo ou contemplativa valoriza sua missão
especial na Igreja, uma vida orante e fraterna escondida em Deus, muito unida a
seu mestre e amigo, incompreendido e perseguido, encontrando no deserto e “no combate
espiritual a glória do Crucificado”, e Ressuscitado (Catecismo da Igreja
Católica, 921).
SAÍDA DO DESERTO
45. O aspirante a vida eremítica pode interromper, durante o
tempo de prova, sua experiência de deserto a qualquer momento em que julgue não
seja este seu caminho, depois de um devido discernimento e já tendo falado com
o Arcebispo ou seu delegado.
46. Uma vez feitos os votos as promessas, se o professo ou
professa crê que há de deixar o eremitério, deixará por escrito, ao Arcebispo
as causas que o movem a pedir a dispensa dos votos e o retorno a vida secular.
Será uma saída definitiva, sem possibilidade de retorno em nossa Igreja.
47. Se algum ou alguma eremita não cumprir estes Estatutos e
sua maneira de viver, não se ajustará ao Espírito da vida Eremítica... O
Arcebispo poderá, depois da devida correção fraterna, convidar a deixar este
estilo de vida. E no caso de não aceitar a admoestação do Arcebispo, este
poderá fazer um decreto público mediante um decreto que a Igreja local não o
reconhece como eremita.
48. Confiando, todavia, no Senhor que nos salva, atento a
sua Palavra, compartilhando o pão e o vinho eucarísticos e contemplando
constantemente a Maria, a Virgem fiel, o eremita irá vendo confirmada sua
fidelidade nos momentos difíceis de seu caminho pelo deserto, até chegar a
adentrar-se no mistério da trindade santa, Pai, Filho e Espírito Santo, a quem
seja dada toda glória pelos séculos dos séculos.
Certifico que o presente Estatuto regerá a vida
eremítica no âmbito da Arquidiocese de Tarragona, foram aprovados pelo decreto
do S. Exma. Arcebispo de Tarragona, dia 10 de janeiro de 2006.
Encerramos o documento original por cópia nas funções: Um
entregue a Delegacia Diocesana para a vida consagrada e outro depositado no
arquivo da cúria da arquidiocese.
Tarragona, 10 de janeiro de 2006.
Joaquim Claver Caselles"
Secretário Geral e Chanceler
Traduzido do original com ajuda do
Google Tradutor
Corrigido e adaptado por Ir. José Crucificado de Jesus Hóstia