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domingo, 16 de junho de 2019

SANTIFICAÇÃO DO DIA A DIA | SANTIDADE EM SOLIDÃO

TRABALHO INTELECTUAL - Síntese Bibliográfica
Corrigido e adaptado pelo Ir. José Crucificado de Jesus Hóstia - EREMITA

Documento Original: Vivendo Nazaré

Muitas pessoas se acham sozinhas, abandonadas, até mesmo depressivas por causa da sensação da solidão, mesmo vivendo em família.

Os textos que apresentamos neste blog site quer justamente nos levar a viver essa solidão, a viver esse aparente abandono, de modo bem diferente.

Jesus vivia no meio do povo, em sua vida pública, mas aprendera a ficar só. Mesmo no meio dos discípulos, ele se isolava mentalmente para estar a sós com o Pai, como lemos em Lucas 9,18: “Estando Jesus a orar a sós, em meio aos discípulos...”
Jesus não encontrava pessoas do mesmo nível dele com quem pudesse falar sobre sua experiência divina. Nesse sentido, sentia-se sozinho quando estava rodeado pela multidão. Essa solidão desaparecia quando, sem ninguém ao seu lado, nos lugares desertos, podia se encontrar com o Pai, como vemos em João 16,32: “Eis que vem a hora, e ela aí está, em que sereis dispersos, cada um para seu lado, e me deixareis só. Mas eu não fico só, porque o Pai está comigo”.

O Pe. Carlos de Foucauld, agora beatificado, morava em lugares desertos pertencentes ao Saara, amplamente mostrado nas fotos dese site. Vivia entre os tuaregues, povo muçulmano. Não conseguia conversar com ninguém sobre as maravilhosas experiências espirituais que tinha na solidão, como mostram os seus textos, alguns dos quais também encontrados numa de nossas páginas indicadas no índice. Mas não vivia isolado. A comunhão com Deus na solidão se traduzia na comunhão com os seus irmãos todos do Islamismo, e no atendimento de até 50 hóspedes por dia, como ele mesmo afirmou algumas vezes.
Por que muitos de nós, tanto homens como mulheres, nos apaixonamos por esse humilde servo do Senhor e por tantos outros, tanto no Antigo como no Novo Testamentos, que buscaram o deserto, ou mesmo uma vida de solidão?
Por que sentimos o nosso coração arder ao lermos as frases bíblicas que relatam a ida de Jesus ao deserto para orar?
O que há de tão encantador num deserto?
Penso eu que o único modo de descobrir isso é fazer repetidos desertos em nossa vida! Transformemos a solidão de nossa vida numa experiência fértil de deserto! Em nosso isolamento, tiremos, como Moisés, as sandálias, só que para nós, sandálias simbólicas das coisas supérfluas, da vaidade, egoismo, soberba, amor próprio exagerado, leviandades, gula, mania de levar vantagem em tudo, e aproximemo-nos da “sarça ardente”! Aproximemo-nos de Deus!

Vamos nos desvestir do “homem velho” e nos revestir de humildade, simplicidade, confiança! Revistamo-nos de Deus! E o desero florirá em nosso coração e em nossa vida! As coisas passarão a ter sentido, mesmo os sofrimentos.
A alegria inunda a alma solitária que se encontra dessa forma com Deus, e ela não mais fica solitária. Sua solidão não será mais solidão, mas a charmosa e confortável sala de visitas onde receberemos o próprio Deus.

Rezar é olhar para Deus amando-o”, dizia o Irmão Carlos. Em nossa solidão, nunca mais nos sentiremos sozinhos, mas sempre com Jesus e, nele, sentiremos a presença das pessoas com quem nos encontramos no dia a dia.

A solidão com Jesus tem a magia de nos fazer descobrir que na verdade não estamos sozinhos, mas que há uma multidão de pessoas à nossa volta precisando de nosso sorriso, da paz que vamos lhes transmitir pela nossa vida. Vamos, então, não apenas proclamar, mas GRITAR o Evangelho às pessoas com a nossa própria vida.

É nesse sentido que o deserto é fértil! A solidão nos pesa quando somos individualistas, egoístas, avarentos, mal-humorados, vaidosos, nojentos, exigentes, mesquinhos, ou quando desprezamos as pessoas.

Entretanto, quando nos desvestimos disso tudo para estar com Deus, descobrimos a alegria da presença dos outros em nossa vida. O que quero dizer é que não são as pessoas que nos abandonam! Somos nós que nos afastamos, com nossas exigências idiotas, e nos isolamos. Somos nós que abandonamos as pessoas, e não o contrário.

Essa solidão que sentimos pode transformar-se, a partir de hoje mesmo, a partir de agora, numa festa, em que Deus é o personagem principal. Basta que nos ajoelhemos, agora mesmo, e peçamos perdão de nossos pecados, rezemos o ato de consagração diária e recomecemos uma vida nova com Deus e com os irmãos, cujas luzes aos poucos vão começar a brilhar na escuridão de nossa vida.

O deserto é fértil! É preciso receber Jesus em nosso coração para que possamos receber os irmãos e ver que não estamos sozinhos.

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O TÉDIO DA VIDA
Chamado assim pelos monges antigos, “Tedium Vitae”, o tédio que nos assalta às vezes ou sempre, é um perigo muito grave para as pessoas incautas.
O (a) testemunha de Jesus Misericordioso, que às vezes vive sozinho(a), tem que tomar muito cuidado com esse tédio, para não cair nas ciladas do maligno. É por causa desse tédio que muitas pessoas entram nas drogas ou no alcoolismo, ou adquirem vícios variados, como o jogo descontrolado, a mania de fazer compras (quando se tem dinheiro), mudanças desnecessárias, trocas insatisfatórias e tantas outras coisas. Mesmo vivendo em família isso pode ocorrer.
É preciso adquirirmos, além de um hobby (um passatempo ou um artesanato), o hábito da oração. Sempre que estiver livre, pratique esse hobby ou entre em oração. A oração nos liga a Deus, que renova todas as coisas. Mas... rezar o quê?
Há várias sugestões:
1)- No monaquismo antigo, os monges rezavam o dia todo, durante o trabalho e no tempo livre, as jaculatórias (pequenas orações do tamanho de uma frase), como esta: “Jesus Cristo, Filho do Deus vivo, tende piedade de mim pecador”.
Esse tipo de oração é ótimo para quem ainda não tem o hábito de rezar e quer adquiri-lo, pois aos poucos induz a pessoa pouco a pouco a um tempo maior de encontro com Deus.
2)- São João Maria Vianney, o “Cura D'Ars”, durante um tempo teve que substituir alguns padres doentes das proximidades de sua paróquia e dava longas caminhadas, rezando, e dizia que o tempo passava depressa. E passa mesmo!
O tédio da vida está, pois, aliado ao ócio, ou seja, a não ter o que fazer. Caminhar rezando o terço, por exemplo, ajuda muito.

3)-Faça o roteiro de orações que sugerimos acima.
O tédio da vida nos leva, mais do que outras coisas, ao pecado. Combatê-lo e vencê-lo já é uma vitória muito importante para nossa vida a caminho da santidade.
Quanto ao hobby, que ele não comece a ocupar de modo fanático sua vida, a ponto de levá-lo(a) a deixar de lado a oração. Crochê, artesanato com barro, tapetes, pintura, cerâmica, bordado, artesanato em geral, são coisas que podemos aprender a fazer para uma vida sem tédio, como faziam os monges, cujo lema até hoje é “Reze e Trabalhe” “Ora et Labora”.
Há também muitos doentes e pobres precisando de nossa visita. Procure um trabalho em sua comunidade, e pelo menos uma vez por mês visite algum doente ou alguma família pobre. Mas tome cuidado de não fazer isso sozinho (a), pois pode dar problemas de calúnia e má- interpretação.
Não cometa a atitude oposta, que é se apossar de tal forma do trabalho comunitário que ninguém mais consegue fazê-lo!
Eis alguns dos trabalhos comunitários: ministros dos doentes, da eucaristia, grupo de jovens, catequese, vicentinos, estudos bíblicos, farmácia comunitária, biblioteca, cursos, construções, novenas, terços nas casas, canto, liturgia em geral, peregrinações, jornalzinho paroquial, encontro de casais, etc.
Deixe-se orientar pelo seu pároco. Não seja individualista, mas trabalhe sempre em sintonia com os demais, nunca achando que você é dono (a) da verdade. É melhor caminhar mancando no caminho certo do que correr no caminho errado, dizia Santo Tomás de Aquino.
Nunca falte às reuniões paroquiais e de seu grupo de trabalho. Nunca se deixe levar pela preguiça

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