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quinta-feira, 13 de junho de 2019
VERÔNICA E O VÉU SAGRADO | SEG. BEATA ANNA CATHARINA EMMERICH | ESCRITOS "VIDA, PAIXÃO E GLORIFICAÇÃO DO CORDEIRO DE DEUS"
“A rua em que se movia o séquito de Jesus com a cruz, era longa, com uma leve curva para a esquerda e nela desembocavam várias ruas laterais. De todos os lados vinha gente bem vestida, que se dirigia ao Templo; ao ver o séquito, uns se afastavam, com o receio farisaico de se contaminar, outros manifestavam certa compaixão. Havia cerca de duzentos passos que Simão ajudava Jesus a carregar a cruz, quando uma mulher de figura alta e imponente, segurando uma menina pela mão, saiu de uma casa bonita, ao lado esquerdo da rua… Era Seráfia, mulher de Sirac, membro do Conselho do Templo, a qual, pela boa ação praticada nesse dia, recebeu o nome de Verônica (de “vera icon”: verdadeira imagem).
Seráfia tinha preparado em casa um delicioso vinho aromático, com o piedoso desejo de oferecê-lo como refresco a Jesus, no caminho doloroso para o suplício. Já tinha ido uma vez ao encontro do séquito, em expectativa dolorosa; vi-a velada, segurando pela mão uma mocinha que adotara, passar ao lado do séquito, quando Jesus se encontrou com a Santíssima Virgem. Mas, com o tumulto, não achou ocasião de aproximar-se e voltou às pressas para casa, para lá esperar o Senhor.
Saiu, pois, velada de casa para a rua; um pano pendia-lhe do ombro; a menina, que podia ter nove anos, estava-lhe ao lado, ocultando sob o manto o cântaro com o vinho, quando o séquito se aproximou. Os que o precediam, tentaram em vão retê-la; ela estava fora de si de amor e compaixão. Com a menina, que se lhe segurava, pegando-lhe o vestido, atravessou a gentalha, que ia dos lados e por entre soldados e carescos, avançou para a frente de Jesus e, caindo de joelhos, levantou para Ele o pano, estendido de um lado, suplicando: “Permiti-me enxugar o rosto de meu Senhor”. Jesus tomou o pano com a mão esquerda e apertou-o, com a palma da mão de encontro ao rosto ensanguentado; movendo depois a mão esquerda, com o pano, para junto da mão direita, que segurava a cruz; apertou-o entre as duas mãos e restituiu-lhe, agradecendo; ela o beijou, escondendo-o sobre o coração, debaixo do manto e levantou-se.
Então a menina ofereceu timidamente o cântaro com o vinho; mas os soldados e carrascos, praguejando, impediram-na de confortar Jesus. A audácia e rapidez dessa ação provocou um ajuntamento curioso do povo e causou assim uma pausa de dois minutos apenas na marcha, o que permitiu a Seráfia oferecer o véu a Jesus. Os fariseus a cavalo e os carrascos irritaram-se com essa demora e mais ainda com a veneração pública manifestada ao Senhor e começaram a maltratá-Lo e empurrá-Lo. Verônica, porém, fugiu com a menina para dentro de casa.
Apenas entrara no aposento, estendeu o véu sobre a mesa e caiu por terra desmaiada; a menina, com o cântaro de vinho, ajoelhou-se-lhe ao lado, chorando. Assim as encontrou um amigo da casa, que entrara para visitar e a viu como morta, sem sentidos, ao lado do sudário estendido, no qual o rosto ensanguentado do Senhor estava impresso de um modo maravilhosamente distinto, mas também horrível. Muito assustado, fê-la voltar a si e mostrou-lhe o rosto do Senhor. Cheia de dor, mas também de consolação, Seráfia ajoelhou-se diante do véu exclamando: “Agora vou abandonar tudo, o Senhor deu-me uma lembrança”.
Esse véu era de lã fina, cerca de três vezes mais longo do que largo. Costumava-se usar em volta do pescoço; às vezes usavam ainda outro em torno dos ombros. Era uso ir ao encontro de pessoas aflitas, cansadas, tristes e doentes e enxugar-lhes o rosto; era sinal de luto e compaixão; nas regiões quentes também usavam dá-lo de presente. Verônica guardava esse véu sempre à cabeceira da cama. Depois de sua morte veio ter, por intermédio das santas mulheres, às mãos da Santíssima Mãe de Deus e dos Apóstolos e depois à Igreja”. (pp. 256-258).
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