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domingo, 12 de maio de 2019

VIDA EREMÍTICA INCUTIDA NO SÉCULO XXI

TRABALHO INTELECTUAL - Síntese Bibliográfica
Corrigido e adaptado pelo Ir. José Crucificado de Jesus Hóstia - EREMITA
Documento Original: Vivendo Nazaré

Falar de vida eremítica evoca tempos passados, ainda que seja uma vocação que com o passar dos anos se abandonou, ainda hoje, em pleno século XXI, é possível encontrar religiosos que optam por este estilo de vida.

Uma opção vocacional que está reconhecida pela Igreja Católica, como o recorda o Código de Direito Canônico em seu número 603: "A Igreja reconhece a vida eremítica ou anacorética, na qual os fiéis, com um apartamento mais estrito do mundo, o silêncio da solidão, a oração assídua e a penitência, dedicam sua vida o louvor de Deus e salvação do mundo".

"Um ermitão é reconhecido pelo direito como entregue a Deus dentro da vida consagrada, se professa publicamente os três conselhos evangélicos corroborados mediante voto ou outro vínculo sagrado, em mãos do Bispo diocesano, e segue sua forma própria de vida sob a direção deste", explica o Código de Direito Canônico.

Foi este estilo de vida que chamou a atenção do Irmão Rex, eremita da Irmandade 'Little Portion' da Diocese de Portland, Estados Unidos, quem fala de sua vocação e rompe alguns mitos sobre os ermitãos de hoje.

"A graça me atraiu a esta forma particular de discipulado. O exemplo dos Pais e Mães do Deserto me atraiu a esta vida. Também o exemplo de muitos dos grandes Santos ao longo da história, como Francisco de Assis, um santo conhecido que viveu como eremita por um tempo antes de ser chamado a fundar uma fraternidade religiosa de Irmãos", assinalou o religioso eremita em uma entrevista ao 'Catholic News Agency' (CNA).

Em um mundo onde o silêncio é escasso, onde há um constante movimento, e uma sociedade hiper conectada com as novas tecnologias, é estranho ter uma vida ermitã, mas a oração, o contato com Deus a partir da natureza é o que anima ao Irmão Rex a viver sua vocação, por isso não duvida em assinalar que o que mais lhe dá alegria é poder "passar longas temporadas no silêncio da solidão", e "estar na presença de Deus e do próximo através da oração".

Justamente um fator que enche a vida do religioso eremita é a oração, como narra o Irmão Rex: "Um aspecto alegre da minha vocação é que tenho a bênção de ser parte das vidas de outras pessoas, já que me convidam a unir-me a elas ao longo de sua vida através do ministério da oração intercessora".

Por isso, se levanta muito cedo, às 04h da manhã, para participar da Hora Santa entre as 05h e as 06h, e posteriormente assistir a Missa das 07h em uma paróquia local. Após tomar café da manhã, dedica o que lhe resta da manhã a Lectio Divina, e, em certas ocasiões, atender alguma pessoa para direção espiritual.

Conta que ora pelos católicos, pelos cristãos não católicos e a sociedade em geral: "Eles, como eu, viemos experimentar a liberdade, a felicidade e o gozo que provêm do submeter a própria vontade e vida ao amoroso senhorio de Jesus Cristo".

A tarde, após a oração do meio-dia e o almoço, o Irmão Rex dedica um tempo de trabalho, no qual responde e-mails e recebe pedidos de oração. Às 17h, reza as vésperas, janta cedo -às 17h30- e realiza a oração da noite às 19h, para ir descansar às 20h.

Como assegurou o eremita à CNA, "este horário é suficientemente rígido para proporcionar estabilidade à minha vocação no silêncio da solidão, mas suficientemente flexível como para fazer recados, encontros com o médico e realizar tarefas na ermita". (EPC)

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