É com muita insistência que muitos buscam esclarecimentos acerca desse tema tão desentendido por muitos e que é tão julgado com preconceito antes mesmo que argumentemos para fundamentar nosso chamado particular.
O eremitismo desde os primórdios do chamamento de Deus para esse carisma específico era totalmente autônomo, ou seja, independe de suporte canônico para que ele existisse pois é vontade de Deus. São muitos os exemplos e santos que alimentam e enraízam esse carisma de " SOLIDÃO COM O SÓ ". Hoje com o CONCÍLIO VATICANO II, temos a integração deste nas esferas diocesanas com Direito canônico de emissão dos votos públicos: CASTIDADE, POBREZA E OBEDIÊNCIA.
Mas a manutenção da vida eremítica é de responsabilidade do próprio eremita através das moções do espírito. Religioso não necessariamente tem que ser ligado a uma congregação ou emissão dos votos públicos. Prova disso temos os parágrafos 920/921 do CIC ( Catecismo da Igreja Católica) :
920. Os eremitas nem sempre fazem profissão pública dos três conselhos evangélicos; mas, «por meio de um mais estrito apartamento do mundo, do silêncio na solidão, da oração assídua e da penitência, consagram a sua vida ao louvor de Deus e à salvação do mundo» (474).
921. Os eremitas manifestam o aspecto interior do mistério da Igreja que é a intimidade pessoal com Cristo. Oculta aos olhos dos homens, a vida do eremita é pregação silenciosa d'Aquele a Quem entregou a sua vida. Cristo é tudo para ele. É uma vocação especial para encontrar no deserto, no próprio combate espiritual, a glória do Crucificado.
Mas também para os que optam pelo reconhecimento diocesano vemos o eremita assegurado pelo Cân.(Código do Direito Canônico) 603 §1 e §2:
§1. Além dos institutos de vida consagrada, a Igreja reconhece a vida eremítica ou anacorética, com a qual os fiéis, por uma separação mais rígida do mundo, pelo silêncio da solidão, pela assídua oração e penitência, consagram a vida ao louvor de Deus e à salvação do mundo.
§2. O eremita como dedicado a Deus na vida consagrada, é reconhecido pelo direito, se professar publicamente os três conselhos evangélicos, confirmados por voto ou por outro vínculo sagrado, nas mãos do Bispo diocesano, e se mantiver o próprio modo de vida sob a orientação dele.
Diante de tudo o que foi exposto vemos que o eremita é o SOLITÁRIO e que não depende dos votos públicos -vínculos sagrados- para ser considerado eremita, basta viver na austeridade e numa vida de busca de Deus, na busca da perfeição do seu estado de vida e só com Deus em louvor constante , penitência e sacrifícios para maior glória de Deus e salvação das almas.
Então o eremita é livre para construir dua espiritualidade, habitar em seu eremitério que pode ser tanto rural como também urbano e viver a sua regra assistido pelo seu DIRETOR ESPIRITUAL, usar hábito ou não. Cabe a cada qual viver seu carisma e espiritualidade de acordo com as moções que o Espírito Santo impulsiona.
2 comentários:
https://www.edicoescnbb.com.br/categoria-do-produto-de-teste/a-forma-de-vida-eremitica-na-igreja-particular-documentos-da-igreja-67.
O Vaticano já emitiu Orientação para a Vida Eremítica em dezembro de 2021, e já foi traduzido para o português, conforme o link acima.
A Forma De Vida Eremítica Na Igreja Particular. («Ponam in deserto viam (is, 43,19)». Orientamenti.
Você sabe informar o que pode aproveitar para o eremita autônomo nesse livro?
https://www.livrarialoyola.com.br/produto/a-forma-de-vida-eremitica-na-igreja-particular-documentos-da-igreja-67-683437
Orientações atualizadas do Vaticano
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